Nos últimos dois dias morreram 48 manifestantes no Iraque

Parlamento iraquiano está reunido para discutir reivindicações dos manifestantes. Polícia voltou a utilizar balas reais para reprimir protestos.

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Médicos prestam assistência a manifestante ferido LUSA/MURTAJA LATEEF

A intensificação dos protestos contra as forças de segurança iraquianas já provocou pelo menos 48 mortos nos últimos dois dias, avança a CNN, tendo como base informação da Alta Comissão para os Direitos Humanos no Iraque.

Doze manifestantes terão morrido na sequência de um fogo desencadeado aquando da invasão da sede de um partido político, na sexta-feira, enquanto dois outros foram atingidos por latas de gás lacrimogéneo disparadas pelas autoridades em Bagdad. Centenas de manifestantes reuniram-se na capital iraquiana este sábado, gritando palavras de ordem contra o primeiro-ministro, Adel Abdul Mahdi. A polícia terá voltado a usar balas reais contra os manifestantes, à semelhança do que tinha acontecido noutros protestos. 

Segundo a Sky News, o Parlamento iraquiano encontra-se reunido de emergência para discutir as reivindicações dos manifestantes. Numa comunicação ao país, o primeiro-ministro prometeu algumas mudanças no seu executivo, assegurando que será fomentada a “presença de mulheres e jovens”. Adel Abdul Mahdi também adiantou que os salários das três principais figuras políticas do país sofrerão um corte. 

Na sexta-feira, alguns dos manifestantes tentaram abrir caminho até à Zona Verde, uma área sob fortes medidas de segurança onde os edifícios governamentais e dos Estados Unidos se concentram, tendo sido afastados pelas autoridades.

Três semanas após o seu início, os protestos contra a corrupção, desemprego e falta de serviços públicos continuam, apesar da repressão das autoridades iraquianas. Os protestos foram convocados espontaneamente nas redes sociais, alastrando-se a várias zonas do país do Médio Oriente.

Perante a dimensão destes protestos, as forças de segurança adoptaram várias estratégias para dispersar os manifestantes. Em Bagdade, chegou mesmo a ser imposto um recolher obrigatório e a Internet limitada. Noutras ocasiões, a polícia disparou munições reais contra os manifestantes, provocando a morte de várias dezenas de pessoas. Esta atitude valeu a repreensão do repreendido pelo grande ayatollah Ali Al-Sistani, uma das maiores autoridades do islão xiita, que criticou a forma como o primeiro-ministro iraquiano estava a lidar com a situação.

Mais de duas mil pessoas sofreram ferimentos nos protestos das últimas semanas. 

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