Observador eleitoral assassinado em Moçambique

Representante da Sala da Paz na província de Gaza foi morto a tiro quando saía de uma formação de observadores em Xai-Xai. “Sentimo-nos intimidados”, diz ao PÚBLICO Osman Cossing.

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Anastacio Matavel foi assassinado a tiro em Xai-Xai DR

O director executivo do Fórum das Organizações da Sociedade Civil na província moçambicana de Gaza (FONGA) e membro da Plataforma de Observação Eleitoral Conjunta – Sala da Paz, foi assassinado a tiro esta segunda-feira na cidade de Xai-Xai, capital da província de Gaza.

Anastácio Matavel, um dos mais conhecidos e respeitados activistas da sociedade civil na referida província, das mais críticas em termos de possibilidade de manipulação de resultados pelo partido no poder, estava a sair de uma acção de formação de observadores eleitorais, para as eleições gerais que se disputam no dia 15, terça-feira, quando três desconhecidos numa viatura dispararam uma dezena de tiros contra ele. Matavel acabaria por morrer duas horas mais tarde, no hospital provincial de Gaza.

Em declarações ao PÚBLICO, Osman Cossing, da Sala da Paz, afirmou que “não há evidências sobre os factores que estão por trás deste acto”, até porque Matavel “não tinha recebido ameaças”. “Ele era uma pessoa extremamente acessível e aberta com todo o mundo”, garantiu o activista.

Depois de terem disparado contra o director executivo da FONGA, os três indivíduos não terão chegado longe, já que o veículo onde seguiam se envolveu num acidente. Segundo o relato de Cossing, dois deles teriam acabado por morrer e o terceiro foi, entretanto detido pelas autoridades.

“Sentimo-nos intimidados. Este foi um acto claro de intimidação das organizações da sociedade civil”, disse Osman Cossing. “Os observadores eleitorais que ele coordenava, com a informação da morte dele, ficaram alarmados”, acrescentou.

Os coordenadores da Sala da Paz, uma das mais conhecidas plataformas da sociedade civil para observação do processo eleitoral, deslocaram-se à cidade de Xai-Xai “para repudiar este acto macabro e solidarizar-se com a família”.

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