Cinco candidatos à liderança da UNITA

A sucessão de Isaías Samakuva vai ser bastante disputada, com quatro outras figuras do partido a juntarem-se esta segunda-feira à candidatura já formalizada por Adalberto da Costa Júnior.

Foto
Isaías Samakuva vai deixar a liderança do partido ao fim de 17 anos MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Abílio Kamalata Numa, Adalberto da Costa Júnior, Alcides Sakala, José Pedro Kachiungo e Raúl Danda formalizaram as suas candidaturas à liderança da UNITA, o segundo maior partido em Angola, até ao final do prazo de concretização das suas intenções que terminou esta segunda-feira.

Quatro nomes juntaram-se esta segunda-feira ao líder da bancada parlamentar, Adalberto da Costa Júnior, que já tinha entregado as assinaturas exigidas à comissão de mandatos da UNITA na sexta-feira. Serão assim cinco os candidatos à sucessão de Isaías Samakuva, que lidera o partido desde a morte de Jonas Savimbi em 2002.

Quem confirmou a notícia ao PÚBLICO foi José Pedro Kachiungo, mandatário de Samakuva nas eleições de 2012 e 2017 e que agora pretende suceder ao líder que serviu com “orgulho”. “Eu não concebo a UNITA a não ser numa perspectiva de continuidade. A minha matriz é Jonas Savimbi e Isaías Samakuva”, referiu.

Foto
José Pedro Kachiungo Ampe Rogério/LUSA

Garante que haver cinco candidatos não é sinal de uma formação política partida dividida em tendências, antes pode servir para passar a mensagem “pedagógica” ao país “de que, em democracia, pensar diferente não é pecado”.

Além disso, explicou, o congresso da UNITA, que se realiza de 13 a 15 de Novembro, “é uma plataforma de discussão de estratégias, não significando isso diferenças de tendências”, tão-somente “estratégias diferentes” para responder ao apelo de Angola que “está a pedir à UNITA que liberte os angolanos”.

Foto
Adalberto da Costa Júnior DR

O deputado dá o exemplo de Portugal, como forma de comparação. Enquanto nos partidos portugueses se apresentam moções de estratégia, na UNITA apresentam-se candidaturas com o mesmo fim. Depois, no congresso, há estratégias que se fundem e, no fim, a estratégia da UNITA para os próximos anos “vai sair do diálogo aberto” neste XIII Congresso Ordinário do partido do Galo Negro.

Foto
Alcides Sakala Ampe Rogério/LUSA

Kachiungo, responsável pela estratégia do partido para as primeiras eleições autárquicas que se disputam no próximo ano, vai colocar a sua estratégia em debate contra a de alguns pesos pesados do partido fundado por Jonas Savimbi.

Foto
Abílio Kamalata Numa Ampe Rogério/LUSA

Adalberto da Costa Júnior, visto como o favorito; Alcides Sakala, um histórico que esteve com Savimbi até à sua morte e já exerceu diversos cargos dentro do partido, sendo actualmente o seu porta-voz; Numa, general na reserva, que foi um dos comandantes das Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), braço militar da UNITA, e mais tarde secretário-geral do partido; e Raúl Danda, o actual vice-presidente do partido.

Foto
Raúl Danda Ampe Rogério/LUSA

O PÚBLICO contactou todos os candidatos, mas só conseguiu chegar à fala com José Pedro Kachiungo. 

Sugerir correcção
Comentar