Quando a moda é alvo de piada. Desfile da Chanel foi invadido por uma humorista

Invasões de adeptos em eventos desportivos é algo que já não surpreende. Num desfile de moda, porém, é menos usual. Aconteceu esta semana, em Paris, e nada menos do que com a icónica Chanel.

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Marie Benoliel é conhecida por encenar situações em que se infiltra em acontecimentos públicos relevantes Gonzalo Fuentes/Reuters
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A entrada de Benoliel apanhou todos de surpresa Gonzalo Fuentes/Reuters
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A humorista apresenta-se como Marie S'Infiltre (Marie Penetra, numa tradução livre) Gonzalo Fuentes/Reuters
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Benoliel depressa apanhou o jeito, imitando as restantes modelos Gonzalo Fuentes/Reuters
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Benoliel considerou a acção um tributo à marca Gonzalo Fuentes/Reuters
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Gigi Hadid acabou por retirar a humorista da "passerelle" Gonzalo Fuentes/Reuters
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De acordo com a humorista, o conjunto que vestia é um Chanel autêntico Gonzalo Fuentes/Reuters
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A "rapper" Cardi B. confessou-se “um pouco assustada” Gonzalo Fuentes/Reuters

No último dia da Semana de Moda de Paris, que decorreu entre 23 de Setembro e 1 de Outubro, uma mulher — entretanto identificada como sendo Marie Benoliel, uma humorista que se apresenta como Marie S'Infiltre (Marie Penetra, numa tradução livre) e cujo repertório no seu canal de Youtube passa por registar momentos em que se infiltra nos mais variados acontecimentos — misturou-se entre as modelos que apresentavam a colecção de Virginie Viard.

A intenção passaria por criar um momento divertido, como aliás acontece em grande parte dos seus vídeos publicados no Youtube, mas o que provocou foi o choque entre os presentes e a fúria das manequins: Gigi Hadid assumiu o controlo, enfrentou a humorista, que se tentava misturar com a colecção da casa de moda parisiense, envergando um conjunto de saia e casaco em xadrez preto e branco (que a própria garante tratar-se de um Chanel autêntico), e retirou-a da passadeira do Grand Palais nos Campos Elíseos.

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A postura de Gigi Hadid, descrita como “icónica” pela sua irmã, a também modelo Bella Hadid, e louvada pela colaboradora da Chanel Carine Roitfeld na sua conta de Instagram (“Gigi salva o final do desfile da Chanel (…)”), foi duramente criticada pelo seu alvo. “Ela obviamente não percebeu a minha abordagem humorística”, disse, citada pela revista Elle.

Além do mais, a actriz entende que a sua entrada na passerelle foi uma homenagem à marca; uma espécie de tributo. “O que faço é uma sátira exaustiva à nossa sociedade”, diz Benoliel à Elle, acrescentando que a sua intenção passa por “mostrar o quão engraçadas são algumas situações”.

Porém, Gigi Hadid não foi a única a não perceber nem a intenção de Marie Benoliel, nem a piada da situação. A rapper Cardi B., que assistia ao desfile, confessou-se “um pouco assustada” em declarações ao jornal Women's Wear Daily.

Ao longo da semana de Paris, Benoliel também se infiltrou no desfile de lingerie da Etam, dando origem a um vídeo que entretanto já soma mais de 200 mil visualizações. O caso Chanel e o facto de ter sido expulsa por Gigi parece, porém, estar a dar maior visibilidade à sua última partida: em menos de 24 horas, o seu vídeo já teve mais de 170 mil visualizações.

Vivienne Westwood. A exuberância da britânica voltou a surpreender Paris e a indústria da moda Gonzalo Fuentes/Reuters
Vivienne Westwood. O desfile, assinado pelo companheiro de Westwood, Andreas Kronthaler, destacou-se pelo facto de o designer se propor a a olhar seriamente para a sustentabilidade da moda Gonzalo Fuentes/Reuters
Vivienne Westwood. A maioria dos tecidos não foi tingido por opção de Kronthaler Gonzalo Fuentes/Reuters
Vivienne Westwood. O destaque foi para um chapéu gigante em forma de peixe, elaborado de despojos de lantejoulas que tinha no seu estúdio Gonzalo Fuentes/Reuters
Vivienne Westwood. A maior parte dos tecidos foi recuperada de stocks abandonados há muito Gonzalo Fuentes/Reuters
Akris. A icónica bolsa criada por Albert Kriemler em forma trapezoidal faz dez anos Gonzalo Fuentes/Reuters
Akris. As formas proporcionaram a fluidez de movimentos Gonzalo Fuentes/Reuters
Akris. O uso de materiais leves foi uma constante Gonzalo Fuentes/Reuters
Akris. As malas, claro, não faltaram. Gonzalo Fuentes/Reuters
Akris. O criativo da Akris regressou ao trapézio, numa celebração da silhueta feminina Gonzalo Fuentes/Reuters
Balmain. Olivier Rousteing a arriscar ainda mais do que é costume Benoit Tessier/Reuters
Balmain. Uma colecção que não deixou ninguém indiferente Benoit Tessier/Reuters
Balmain. O alinhamento monocromático destacou-se em muitas propostas Benoit Tessier/Reuters
Balmain. Com cortes inspirados nas linhas das décadas de 1980 e 1990, sobressai o uso de cores em tonalidades expressivas Benoit Tessier/Reuters
Balmain. De destacar os conjuntos a preto e branco, em que Rousteing brinca com a dualidade dos dois tons para criar formas geométricas Benoit Tessier/Reuters
Celine. Desde o início do ano passado que Hedi Slimane, o antigo director da Saint Laurent, se passou para o conglomerado de luxo LVMH (Louis Vuitton Moët Hennessy) para criar a linha Celine Benoit Tessier/Reuters
Celine. Nas propostas de Slimane percebe-se que o corte com a YSL ainda não é claro Benoit Tessier/Reuters
Celine. Na passerelle, houve um certo ambiente de nostalgia pelos anos da “paz e amor” Benoit Tessier/Reuters
Celine. Houve calças de ganga de cintura subida e de bocas largas (Não, ainda não são sinos!), motivos florais Benoit Tessier/Reuters
Celine. Os casacos pesados foram uma constante Benoit Tessier/Reuters
Chanel. A Semana da Moda de Paris era a prova de fogo para Virginie Viard que, depois de mais de três décadas de trabalho ao lado de Karl Lagerfeld, assumiu a liderança da casa francesa após a sua morte Gonzalo Fuentes/Reuters
Chanel. Neste segundo desfile só seu (o primeiro foi em Julho), Viard provou que o ADN da icónica marca lhe corre nas veias Gonzalo Fuentes/Reuters
Chanel. Houve tailleurs de corte intemporal, as jaquetas bouclé cujo nome se confunde com o da marca e casacos longos Gonzalo Fuentes/Reuters
Chanel. Aos tradicionais modelos, a criativa juntou saias em balão ou casaquinhos bordados Gonzalo Fuentes/Reuters
Chanel. Destaque para os curtos calções Gonzalo Fuentes/Reuters
Dior. A natureza conquistou relevo na apresentação de Maria Grazia Chiuri, que não deixou escapar a oportunidade para promover o debate sobre o impacte da indústria da moda no ambiente Benoit Tessier/Reuters
Dior. A designer traçou uma homenagem sincera à Primavera, inspirada nas gravuras dos séculos XVII e XVIII da botânica alemã Maria Sybilla Merian Benoit Tessier/Reuters
Dior. Na passerelle vingaram as saias longas, calças largas, mas também peças utilitárias Benoit Tessier/Reuters
Dior. Curiosidade: as tranças longas exibidas pelas modelos originaram rumores de que se trataria de uma referência à jovem activista sueca Greta Thunberg Benoit Tessier/Reuters
Givenchy. A britânica Clare Waight Keller é a primeira mulher a assinar a colecção da Givenchy (algo que faz com êxito desde 2017) Gonzalo Fuentes/Reuters
Givenchy. Pelos vestidos, o mote floral distingue-se dos demais Gonzalo Fuentes/Reuters
Givenchy. Há propostas feitas de camadas sobrepostas Gonzalo Fuentes/Reuters
Givenchy. Keller é também a primeira criativa da casa fundada, em 1952, por Hubert de Givenchy a regressar ao passado para criar uma linha moderna Gonzalo Fuentes/Reuters
Givenchy. A estilista recuperou calças de ganga de um armazém, onde estavam desde a década de 1990, e revitalizou-as. Gonzalo Fuentes/Reuters
Guy Laroche. Uma colecção, de Richard René, que parece carecer de um fio condutor,Guy Laroche. Uma colecção, de Richard René, que parece carecer de um fio condutor Gonzalo Fuentes/Reuters
Guy Laroche. Houve vestidos brancos fluidos, pesadas camisas em camurça, macacões… ,Guy Laroche. Houve vestidos brancos fluidos, pesadas camisas em camurça, macacões… Gonzalo Fuentes/Reuters
As propostas de Richard René para a colecção Primavera/Verão 2020 da Guy Laroche Gonzalo Fuentes/Reuters
Guy Laroche. A inspiração veio do cinema: "Madame Claude" (1977), do mesmo realizador de "Emmanuelle", Just Jaeckin Gonzalo Fuentes/Reuters
Hermès. Assinada pela designer Nadège Vanhee-Cybulski, uma colecção segue as premissas de luxo da marca Gonzalo Fuentes/Reuters
Hermès. Nota-se a vontade de criar um armário de básicos Gonzalo Fuentes/Reuters
Hermès. As peças de Vanhee-Cybulski podem ser usadas por qualquer mulher – desde que haja dinheiro à disposição… Gonzalo Fuentes/Reuters
Hermès. Nos materiais, Vanhee-Cybulski ousou cruzar o pesado couro com o ultraligeiro organdi Gonzalo Fuentes/Reuters
Uma proposta de Nadège Vanhee-Cybulski para a colecção Primavera/Verão 2020 da Hermès Gonzalo Fuentes/Reuters
Saint Laurent. As propostas de Anthony Vaccarello cintilaram na noite parisiense Gonzalo Fuentes/Reuters
Saint Laurent. Houve calções curtíssimos ou botas de cowboy Gonzalo Fuentes/Reuters
Saint Laurent. Destaque ainda para vestidos debruados a ouro, blusas em chiffon ou saias plissadas metalizadas Gonzalo Fuentes/Reuters
Saint Laurent. A icónica supermodelo Naomi Campbell encerrou o desfile Gonzalo Fuentes/Reuters
Saint Laurent. A passerelle tinha vista para a Torre Eiffel Gonzalo Fuentes/Reuters
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Vivienne Westwood. A exuberância da britânica voltou a surpreender Paris e a indústria da moda Gonzalo Fuentes/Reuters
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