Preço do petróleo desce após dia agitado nos mercados

Na segunda-feira, o preço do petróleo registou a maior valorização repentina das últimas três décadas. Hoje, os preços já estão a descer, mas o mercado continua na expectativa.

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Reuters/Hamad I Mohammed

O preço do petróleo recuou ligeiramente esta terça-feira, depois de ter registado a maior subida repentina dos últimos 30 anos na véspera. Apesar desta descida, o mercado continua expectante devido à ameaça de uma resposta militar aos ataques às instalações de petróleo da Arábia Saudita, que cortaram a produção deste país para metade.

Os ataques que aconteceram na madrugada de domingo atingiram as instalações da Aramco, a empresa estatal da Arábia Saudita e maior produtora do mundo de petróleo. Estas instalações são responsáveis por 5% produção mundial, o que levou a um clima de incerteza relativamente à estabilidade futura do fornecimento internacional de petróleo.

Segundo a agência de notícias Reuters, o preço do barril de petróleo Brent diminuiu 0,4% para os 68,72 dólares (aproximadamente 62 euros à taxa de câmbio actual) esta manhã. Já o barril de West Texas Intermediate caiu 0,9% para os 62,33 dólares (56,4 euros). Os dois indicadores já tinham caído em 2% durante a sessão de hoje.

Na segunda-feira, os preços chegaram a estar a subir quase 20% em resposta aos ataques, a maior subida dos últimos 30 anos. O mercado fechou o dia com os preços cerca de 15% mais altos.

“Se algo deste género vai acontecer, pelo menos que aconteça numa altura em que há um excedente de petróleo e a produção dos EUA está a crescer rapidamente”, disse Tony Nunan, gestor de investimentos em petróleo da Mitsubishi Corp em Tóquio.

Em Portugal, após estes acontecimentos, a Entidade Nacional para o Sector Energético (ENSE) disponibilizou-se para mobilizar reservas de petróleo caso se prolongue o corte temporário para metade do fornecimento da Arábia Saudita.

Como o PÚBLICO noticiou ontem, o secretário-geral da Associação Portuguesa de Empresas Petrolíferas (Apetro), António Comprido, pronunciou-se afirmando que “não vai faltar petróleo no mercado”, mas que um ataque a uma refinaria na Arábia Saudita causa nervosismo nos mercados financeiros, pelo que era esperada uma subida dos preços. Esta subida não se deverá notar imediatamente no preço dos combustíveis suportado pelos consumidores.

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