Líder do PSD afasta maioria absoluta do PS

Catarina Martins responsabilizou o Governo do PSD-CDS pelos cortes na saúde e nas pensões no tempo da troika.

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Catarina Martins e Rui Rio debateram na TVI Nelson Garrido

O primeiro frente-a-frente televisivo entre Rui Rio e Catarina Martins foi muito centrado nas questões da saúde e na “promiscuidade” das parcerias público-privadas (PPP), mas também nas privatizações dos CTT, cujo contrato de concessão termina no próximo ano, da REN, ANA e EDP.

Uma boa parte do debate, que não teve nenhum momento de tensão entre os dois lideres partidários, foi para discutir o do Serviço Nacional de Saúde (SNS), que este domingo comemorou 40 anos e, nesta matéria, Catarina Martins malhou no PSD.

O debate da TVI, este domingo, começou com a pergunta dirigida a Catarina Martins sobre onde é mais útil o voto para evitar a maioria absoluta do PS: no BE ou no PSD? E Catarina Martins não se mostrou surpreendida com a pergunta.“Registei que o dr. Rui Rio, no último ano, tem vindo a afirmar que um dos objectivos do PSD é afastar o BE de qualquer possibilidade de influenciar a governação e que prefere até perder eleições para apoiar António Costa contra a esquerda. Estou, portanto, à espera que o dr. Rui Rio denuncie [o BE] como um perigo ou que, se o BE se reforçar, até as espigas de trigo vão começar a crescer para debaixo do chão”. E tratou de puxar pelas diferenças entre os dois partidos.

 “A influência do BE permitiu, por exemplo, que em vez de se cortarem pensões, como foi feito no Governo PSD-CDS, ou de se congelarem, como o PS prometia, pelo contrário, tivéssemos descongelamento de pensões e mesmo aumento das pensões mais baixas”, começou por dizer, acrescentando que o “BE tem sido o partido que tem estado nos momentos fundamentais. E a razão por que estamos nestas eleições é precisamente para salvar o SNS, para combatermos o trabalho precário e termos um país mais preparado com uma economia mais forte”.

 O líder do PSD negou que quisesse perder eleições: “As sondagens que têm sido divulgadas mais ou menos manipuladas não vão dar nada disto. Vamos fazer uma aposta? O PS não vai ter maioria absoluta nenhuma”.

“O BE propõe a renacionalização das privatizações feitas pelo Governo do PS no tempo da troika, CTT, ANA, EDP. Independentemente de podermos estar mais ou menos de acordo, aquilo que aconteceu ali foi a perda de activos. O que é que aconteceu com este país? Este país teve uma governação do PS que atirou isto para a bancarrota e entrou aqui uma troika que o PS chamou com um programa que o PS negociou. Só que depois foi corrida por indecente e má figura e o PSD e o CDS implementaram o programa da troika”, explicou Rio, notando que depois foi preciso implementar uma política de cortes, cumprindo um programa que não foi o dele.

Relativamente à nacionalização dos CTT, Catarina Martins acredita que 100 milhões de euros serão suficientes para a dos CTT, e 50 milhões para o caso da REN.

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