Regresso de Capucho ao PSD só terá decisão final depois das eleições

Pedido formal para analisar reinscrição só deverá ser enviado para concelhia de Cascais na próxima semana.

Foto
António Capucho teve um parecer desfavorável por parte da concelhia de Cascais sobre o seu regresso ao partido Nuno Ferreira Santos

O secretário-geral do PSD, José Silvano, disse nesta segunda-feira à Lusa que não haverá uma decisão definitiva sobre o eventual regresso de António Capucho ao partido antes das eleições legislativas de 6 de Outubro.

Há uma semana, o PSD anunciou que António Capucho iria regressar ao partido, referindo-se ao ex-presidente da Câmara de Cascais como um “militante histórico” que ajudou a fundar o PSD, em 1974, tendo a nova ficha de militante dado entrada na sede social-democrata.

No entanto, na quinta-feira, a concelhia de Cascais aprovou por unanimidade uma moção onde se manifesta contra o regresso de Capucho ao PSD, mas ainda antes de lhe ter sido solicitado o parecer formal por parte da Comissão Política Nacional.

Questionado pela Lusa, o secretário-geral explicou que o processo está a seguir os “trâmites normais”: depois de recebido, por e-mail, o pedido de adesão ao partido, foram solicitados os elementos que possam falar na ficha de inscrição como militante. “Só depois enviaremos o pedido de admissão à concelhia”, disse, precisando que esse envio já não será feito esta semana.

Depois, acrescentou, a concelhia de Cascais terá 30 dias para se pronunciar e, em caso de um parecer negativo, de o justificar à distrital de Lisboa, que o comunica à direcção nacional. “A decisão final cabe depois ao secretário-geral”, frisou Silvano, explicando que o parecer da concelhia não é vinculativo.

O secretário-geral disse ainda que antes de enviar o pedido de adesão terá de confirmar com António Capucho que mantém a vontade de regressar ao PSD, mesmo depois da moção desfavorável da concelhia.

Em comunicado, na sexta-feira, o antigo presidente da Câmara de Cascais lamentou o parecer desfavorável e acusou a secção partidária de “cobardia política” por não ter aceitado ouvi-lo. “Ignoro os fundamentos que têm obrigatoriamente de ser invocados para a recusa da minha admissão, escolhidos de entre os que constam no regulamento aplicável, mas não vislumbro que qualquer deles seja elegível”, referiu.

O antigo dirigente lembrou também que esteve na “génese da implantação do PPD no concelho, tendo presidido a várias Comissões Políticas Concelhias em acumulação com o cargo de secretário-geral.

Sugerir correcção
Comentar