Carlos César diz que já “cheira a vitória” na Madeira

No encerramento do de uma iniciativa promovida pelo PS madeirense, o último “Estados Gerais”, o dirigente socialista disse que o PS precisa de “mais força”.

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Carlos César Nuno Ferreira Santos

O presidente do PS, Carlos César, afirmou neste sábado que lhe "cheira a vitória” socialista "nas regionais na Madeira, defendendo ser necessário acabar com o “ciclo de empobrecimento político” da autonomia no arquipélago. “Cheira-me a vitória na Madeira, disse o líder socialista no encerramento dos últimos Estados Gerais organizados pelo PS insular, que decorreram hoje no Funchal sob o tema “Autonomia: caminhos para o futuro” da Madeira e dos Açores.

O PS “é um partido de toda a região autónoma” e a proposta feita para a região é de uma “mudança não só para os socialistas”, sublinhou o também líder parlamentar do partido de António Costa. “É para todos esse caminho de esperança e coragem que hoje desafiamos os madeirenses”, declarou.

Carlos César argumentou que no PS não há a ideia de que “os madeirenses tenham deveres de obediência” ao partido a nível nacional “ou lições sequer a receber” sobre este tema. “No PS, achamos sim que o PS nacional tem tão só o dever de apoio aos socialistas madeirenses, aos madeirenses em geral e à Região Autónoma da Madeira”, declarou

O dirigente do PS considerou necessário “romper com este ciclo de empobrecimento político da autonomia e fazer da autonomia não só um instrumento de valorização interna, mas um instrumento de respeitabilidade externa”. Carlos César salientou que o partido representa nestas regionais “um novo PS, uma nova mudança, uma nova autonomia, uma nova forma de ver os partidos na vida política, uma nova forma de os madeirenses e porto-santenses verem a política”.

No seu entender, o objectivo é alcançar “uma autonomia mais independente, uma Madeira diferentemente autónoma, mais responsável, mais produtiva, internamente mais justa e externamente mais reconhecida e por isso, mais apoiada”. E disse: “só assim teremos autonomia menos tutelada, mais auto sustentada, e no caso da Madeira, mais livre no recebimento dos apoios que reclama e que são merecidos”.

Carlos César também considerou “injusta” a ideia que é passada de que o PS a nível nacional é “menos autonomista que o PSD”, opinando que com o tipo de debate realizado hoje no Funchal, o partido “honra a tradição autonomista” dos socialistas. 

O líder parlamentar socialista na Assembleia da República apontou que “sem PS não haveria autonomia constitucional, nem sucessivas revisões constitucionais” e que se deve ao partido “a garantia de um financiamento ajustado às competências regionais, através da Lei das Finanças Regionais”.

“Não tenhamos dúvidas: nós fazemos parte da construção das autonomias, continuaremos a ser um partido central na construção das autonomias dos Açores e da Madeira”, vincou. Também apontou que a mensagem do PS nestas eleições de 22 de Setembro é de “uma nova governação, de uma nova autonomia, rompendo com governação de décadas, que inventou uma Madeira boa e uma Madeira má, madeirenses de primeira e de segunda”.

O presidente do PS complementou que os sucessivos governos do PSD no arquipélago também criaram uma “Região isolada e um país político e inimigo”. “É preciso reconciliar, é preciso mudar e é preciso que o PS vença as eleições”, concluiu.

PS precisa de mais força

Sobre o apoio do PCP e do BE ao Governo são “importantes”, mas o partido precisa de “mais força” para não ficar “prisioneiro” de apoios ocasionais de outras forças políticas. “É preciso que PS tenha cada vez mais força para que os investidores externos, as instituições externa, os factores de confiança aumentem ou pelo menos se mantenham para que o Governo da República não fique prisioneiro de apoios ocasionais de partidos que sabem muito bem como se deve gastar, mas pouco sabem como se pode ter o dinheiro para gastar com os fins que propõe”, declarou Carlos César.

O responsável socialista destacou ser “muito importante, muito relevante para a estabilidade política, para a dimensão social, para o impulso à justiça, o apoio que estes partidos dão a um governo socialista”. Contudo, sublinhou que “sem uma condução clara, uma liderança clara e uma predominância clara do PS não há mais emprego, melhores empresários, maior investimento e estabilidade política no nosso país".

“Escusam amanhã, o BE e PCP, de ficarem muito escandalizados com o que eu disse, porque nós todos os dias não ficamos escandalizados com os constantes ataques do PC e do BE”, alertou.

Carlos César argumentou que não é devido ao apoio dos comunistas e bloquistas que os investidores têm “mais confiança” no Governo central.

O responsável socialista destacou ainda que não faltam “boas razões” para os madeirenses “darem mais força ao Governo presidido por António Costa nas eleições legislativas nacionais. “Não sei quando as regiões terão um primeiro-ministro tão amigo das regiões autónomas como têm hoje em António Costa”, sustentou.

O presidente do PS enunciou que os madeirenses e açorianos às vezes “não têm a percepção” do benefício das “múltiplas decisões” tomadas pelo Governo, que permitiram aumentar os seus rendimentos, a redução do desemprego induzida pela confiança dos investidores internos”. Uma grande votação no PS nas próximas eleições foi um dos aspectos que defendeu, opinando que esta é uma “oportunidade muito relevante, sobretudo, na Região Autónoma, de haver o bom e o óptimo” na governação.

“Acho que um bom Governo Regional é sempre muito melhor que um bom Governo da República. Por isso, vamos ter Paulo Cafofo como presidente do Governo Regional e António Costa como primeiro-ministro”, concluiu.

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