Angola tem um novo partido, liderado por um veterano da política

Abel Chivukuvuku lidera o Partido do Renascimento Angolano e quer entregar 30 mil a 50 mil assinaturas no Tribunal Constitucional para evitar qualquer entrave na sua ambição de concorrer às autárquicas de 2020.

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Abel Chivukuvuku, na caminhada até ao Tribunal Constitucional AMPE ROGÉRIO/LUSA

Angola tem um novo partido. O Partido do Renascimento Angolano – Juntos por Angola (PRA-JA) ganhou nome e bandeira esta sexta-feira, numa assembleia constituinte realizada num hotel em Luanda e Abel Chivukuvu, o seu líder, fez questão de fazer uma caminhada com os militantes até ao Tribunal Constitucional para iniciar o processo de legalização da nova formação política.

O antigo assessor político de Jonas Savimbi, que em Fevereiro foi afastado da liderança da CASA-CE, a terceira maior formação política do país, estabeleceu um calendário ambicioso: o primeiro congresso irá realizar-se no primeiro trimestre de 2020, a tempo de participar nas primeiras eleições autárquicas angolas que se realizam no próximo ano. Será o primeiro teste ao novo partido com vista ao grande desafio das eleições gerais de 2022.

Chivukuvu, de 61 anos, espera que a legalização da comissão instaladora aconteça ainda este mês de Agosto e que 30 dias depois estejam em condições de entregar 30 mil a 50 mil assinaturas no tribunal. A lei estabelece 90 dias para as assinaturas e 7500 assinaturas válidas, mas os dirigentes do PRA-JA pretendem, por um lado, acelerar o processo para cumprir o calendário ambicioso (, por outro, “garantir que não haja empecilhos”, que é como quem diz, salvaguardar que possíveis invalidações de assinaturas não afecte a legalização.

Os 300 delegados à assembleia constituinte, provenientes de todo o país, votaram também a bandeira do novo partido, recaindo a escolha numa bandeira azul e branca, com um livro ao centro onde se lê “Servir Angola”, e 18 estrelas cor-de-laranja representando as províncias de Angola.

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A bandeira do PRA-JA

Foi o culminar de um processo de auscultação das populações em várias províncias do país, realizando sete conferências regionais em três meses, num movimento social a que chamou de Por Angola Pronto para o Soar do Apito. “Nesta assembleia constitutiva, lançamos juntos as bases para a criação do novo projecto político angolano”, disse Chivukuvuku aos delegados.

O antigo delfim de Savimbi, que tentou chegar à liderança da UNITA, mas perdeu o congresso de 2007 para Isaías Samakuva, foi afastado da coligação de pequenos partidos que formou para as eleições de 2012. Após o fracasso de transformar a CASA-CE de coligação em partido, apesar de a ter consolidado como a terceira força política angolana, Chivukuvuku prometeu que formaria um novo partido para concorrer às eleições autárquicas.

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