Número de diplomados no privado volta a subir

Cursos de educação perdem terreno, mostram os primeiros dados do Registo de Alunos Inscritos e Diplomados do Ensino Superior.

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Fernando Veludo nFACTOS

O peso dos diplomados em instituições de ensino superior privadas face ao universo dos que obtiveram um “canudo” aumentou ligeiramente: no ano lectivo 2017/18 foram emitidos 79.849 diplomas, mais 2815 do que no ano anterior. O ensino público foi responsável por 65.765 (82,4% do total) e o privado por 14.084 (17,6%). 

Feitas as contas, houve mais 2,7% diplomas concedidos no ensino público e 8,5% no privado. A Direcção-Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC) divulgou nesta sexta-feira os primeiros resultados do Registo de Alunos Inscritos e Diplomados do Ensino Superior relativos ao ano lectivo 2017/2018. Trata-se de um inquérito anual, de âmbito nacional, dirigido a todos os estabelecimentos, que traça um retrato de quem os frequenta e de quem termina os cursos — sejam os cursos técnicos curtos (3756 diplomados em 2017/18), licenciaturas (quase 49 mil), mestrados ou equivalentes (25 mil) ou doutoramentos (2266).

Os dados permitem traçar a evolução do sector. Números: desde 2010, ano em que os diplomas em instituições privadas (mais de 19 mil nesse ano) representavam 25% dos emitidos no país, o sector começou a recuar, todos os anos. Até que no ano lectivo 2015/16 só houve 12.210 diplomas passados por universidades ou politécnicos privados, contra quase 61 mil no público. No ano lectivo seguinte subiu ligeiramente: foram 12.977 e no seguinte 14.084.

Os números mostram não só uma ligeira recuperação do ensino privado, como, sobretudo, dos institutos politécnicos. “Em 2017/18, foram emitidos em estabelecimentos de ensino superior universitário 52.453 diplomas e em estabelecimentos de ensino superior politécnico 27.396 diplomas (...) Refira-se, no entanto, que, em ambos os subsistemas, foi o ensino politécnico que mais contribuiu para o aumento do número de diplomas atribuídos em 2017/18, registando o ensino público um aumento de 5,1% e o ensino privado um aumento de 15,6%.”

Olhando para 1996 (ano em que se formaram 42 mil alunos no país), o número global de pessoas que todos os anos se diplomam nas diferentes instituições não tem parado de aumentar. Mas não em todas as áreas. Os cursos de Educação, por exemplo, estão em quebra.

“Em 2017/18, as áreas Ciências empresariais, administração e direito, Engenharia, indústrias transformadoras e construção e Saúde e protecção social representaram mais de metade dos diplomas atribuídos, com percentagens de, respectivamente, 20,3%, 19,6% e 17,5%. A área Educação, manteve a tendência registada desde 2012/13, apresentando um decréscimo de 4,8% face a 2016/17”, assinala a DGEEC. Comparado com 1996, os diplomas em 2017/18 em cursos de Educação diminuíram 44%.

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