Nunca se venderam tantas casas em Portugal como em 2018

Estatísticas da Construção e Habitação referentes a 2018 mostram o crescimento do número de fogos licenciados (mais 30,3%) e das transacções efectuadas (mais 16,6%) bem como o aumento do preço dos alojamentos (mais 6,9%) que atingiu o valor mediano de 996 euros o metro quadrado

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PABLO BLASBERG/IKON IMAGES

O número de fogos licenciados em Portugal durante 2018 disparou 30,3% face ao ano anterior, este é um dos números mais significativos das Estatísticas de Construção e Habitação que o Instituto nacional de Estatística acaba de divulgar.

Estas estatísticas permitem perceber o forte dinamismo que se instalou no mercado da construção e habitação, tendo sido autorizadas a construção de 22,2 mil edifícios, que deverão dar lugar a 28,3 mil fogos. Quase 70% destes edifícios correspondem a habitação nova, o que demonstra que apesar de nos programas e nos discursos políticos, a reabilitação está a ganhar terreno, mas ainda anda muito longe de ser preponderante. As obras licenciadas para reabilitação de edifícios cresceram 11,7% em 2018, quando em 2017 a taxa de variação havia mesmo sido negativa (-0,1%).

Se o número de fogos licenciados impressiona, o crescimento do volume de transacções também bate recordes. Durante o ano de 2018 mudaram de propriedade 178.691 habitações, o que corresponde a um acréscimo de 16,6% face ao ano anterior. De acordo com o INE, este número constituiu “o registo mais elevado da série disponível”, notando que, de entre as transacções realizadas, 85,2% respeitaram a alojamentos existentes.

O valor mediano dos alojamentos aproximou-se nos mil euros o metro quadrado (mais concretamente, 996 euros/m2), um valor alavancado pelos preços a que chegaram as casas no Algarve, a região onde se encontra o valor mediano mais elevado (1523 euros/m2), na Área Metropolitana de Lisboa (1333 euros/m2) e na Região Autónoma da Madeira (1207 euros/m2).

De acordo com o INE, havia em 2018 cerca de 3,6 milhões de edifícios destinados a habitação familiar e cerca de seis milhões de alojamentos familiares. O crescimento desde número face a 2017 foi bem contido, de apenas 0,2%. Tal explica-se pelo hiato temporal desde que um edifício ou um fogo é licenciado para construção ou reabilitação, até que é concluído e colocado no mercado. E, nota o INE, o número de fogos concluídos em 2018 foi muito superior ao registado em 2017: no ano passado foram colocados no mercado 13,5 mil edifícios, o que corresponde a um acréscimo de 19% face ao ano antecedente, quando esse crescimento homólogo (face a 2016) havido sido de “apenas” 7,1%.

O número de fogos concluídos no país (cerca de 15,6 mil) aumentou 36,3% (o que compara com uma subida de 13,1% em 2017 face a 2016). As obras de reabilitação concluídas cresceram 10,6% em 2018 (face a um crescimento de 2,6% no ano anterior).

Nas obras de construção nova, a região Norte registou o prazo efectivo mais elevado (28 meses) enquanto a Região Autónoma dos Açores apresentou o prazo mais curto (13 meses). Nas obras de alteração foi ainda a região Norte que surgiu com o maior prazo efectivo na conclusão (14 meses), enquanto na Região Autónoma da Madeira o tempo médio para a conclusão deste tipo de obras foi de apenas dois meses.

Se o valor mediano das vendas em Portugal continental foi de 996 euros o metro quadrado, o valor médio da avaliação bancária de habitação fixou-se em 1.192 euros/m2, o que desenha um aumento de 5,8%. O valor mediano das rendas dos 77.723 novos contratos de arrendamento de alojamentos familiares celebrados em 2018 em Portugal foi 4,80 euros/m2 (uma progressão de 9,3% face ao ano anterior).

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