Familiares de professora morta pedem 100 mil euros de indemnização

Tia e primo de Amélia Fialho querem ser indemnizados por Diana Fialho e por Irui Mata. Ambos estão acusados de homicídio qualificado e profanação de cadáver. O julgamento começou esta quinta-feira.

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Diana Fialho e Iuri Mata estão a ser julgados no Tribunal de Almada pelo homicídio de Amélia Fialho. NOL Nuno Oliveira - Publico

Laura Fialho e João Fialho, que são tia e primo de Amélia Fialho, a professora encontrada morta em Setembro de 2018, no concelho do Montijo, distrito de Setúbal, pedem 100 mil euros à filha adoptiva, Diana Fialho, e ao genro, Iuri Mata. Ambos começaram a ser julgados nesta quinta-feira, no Tribunal de Almada, pela morte de Amélia Fialho, 59 anos, professora de Físico-Química na Escola Secundária Jorge Peixinho.

Os dois arguidos estão acusados de homicídio qualificado e profanação de cadáver.

Na primeira sessão de julgamento, esta quinta-feira, foram ouvidas várias testemunhas, mas destacaram-se os testemunhos da inspectora da PJ, Fátima Mira, ouvida durante a manhã e da professora Maria Rosa, ouvida à tarde.

Fátima Mira referiu que, na varanda da casa onde vivia Diana e Iuri, juntamente com Amélia Fialho, havia roupa e sapatos com cheiro a lixívia. Quando entrou em casa, contou, notou-se um cheiro muito activo a incenso. Segundo a inspectora, foi ainda encontrado sangue “no tecto, no corrimão, numa máquina de costura e na bagageira do carro”.

Fátima Mira explicou ainda que os óculos da professora, a carteira – que não tinha os documentos – e a arma do crime (um martelo), foram atirados ao Rio Tejo.

Os arguidos, segundo a investigação da PJ, pararam na ponte Vasco da Gama e atiraram os pertences ao rio Tejo. Estes nunca foram encontrados.

Segundo a inspectora, foi Iuri quem lhe mostrou todos os locais. O genro da vítima ter-se-á dito “arrependido”.

Já os documentos da professora foram encontrados numa segunda busca, enrolados em papel higiénico, atrás de um autoclismo na casa.

Acresce que a PJ recolheu ainda imagens numa bomba de gasolina. Fátima Mira diz que nas imagens é possível ver Iuri a levar um garrafão de água vazio que depois encheu com gasolina e pagou com um cartão de multibanco. Já Diana aparece nas imagens a comprar e depois a testar um isqueiro.

Durante a tarde, destacou-se o testemunho de Maria Sousa, que contou que a Diana foi à escola falar do desaparecimento da mãe e pedir ajuda e que quando se aperceberam do que aconteceu ficaram chocados com a frieza. Além disso, disse que sempre estranham que Amélia tivesse saído à noite de casa porque não era algo que fizesse habitualmente.

Esta professora contou que Amélia apareceu com nódoas negras e que contava que tinha desentendimentos com a filha. Segundo Maria Sousa, antes de desaparecer, Amélia não era a mesma. Já não tinha a mesma alegria que lhe era natural.

“Maria Amélia fazia comentários com algumas de nós e dizia que se alguma vez lhe acontecesse alguma coisa para que nós pensássemos logo na filha adoptiva e no genro”, contou a testemunha que também relatou.

O início do julgamento ficou marcado pelo facto de a irmã de Diana ter chamado por ela quando esta entrou na sala de audiência. “Mana”, disse a chorar. Diana não reagiu e apenas no intervalo para almoço se dirigiu à irmã e disse: “Estás na lista das minhas visitas”. Também chorou. Diana continua casada com Iuri apesar de já ter demonstrado interesse em pedir o divórcio. No inicio do julgamento mal se falaram e sentaram-se distantes um do outro. Mas durante a tarde sentaram-se lado a lado e trocaram algumas palavras.

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