Portugal e Moçambique assinam 13 acordos para reforçar cooperação financeira e ajuda à reconstrução

A assinatura destes acordos foi feita no final da IV Cimeira Luso Moçambicana, no Palácio Foz, em Lisboa.

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António Costa e Filipe Nyusi LUSA/Miguel A. Lopes

Os governos português e moçambicano assinaram nesta quarta-feira 13 acordos, com destaque para a prorrogação de uma linha de crédito de 400 milhões de euros até 2020, protocolos na saúde e apoio a regiões moçambicanas afectadas por ciclones.

A assinatura destes acordos foi feita no final da IV Cimeira Luso Moçambicana, no Palácio Foz, em Lisboa, sob a presidência do chefe de Estado de Moçambique, Filipe Nyusi, e do primeiro-ministro de Portugal, António Costa.

Do conjunto de instrumentos assinados, Portugal e Moçambique fecharam um aditamento ao “Acordo Tripartido de 1 de Julho de 2008 relativo à implementação de uma linha de crédito no montante actual de 400 milhões de euros entre a Caixa Geral de Depósitos, como mutuante, a República de Moçambique, como mutuário, e a República Portuguesa como garante”.

Este contrato, de acordo com os dois executivos, prorrogará o prazo para utilização da linha de crédito de 400 milhões de euros (assinada em 2008) até Março de 2020. E o montante por desembolsar, na ordem dos 11,6 milhões de euros, vai abranger as obras de reabilitação e de um conjunto de estradas em Moçambique.

Para a reconstrução das regiões afectadas por ciclones em Moçambique, tal como antes já tinha sido anunciado pelo primeiro-ministro, António Costa, durante o fórum económico que antecedeu esta cimeira, os governos português e moçambicano assinaram um memorando que envolve cerca de 1,5 milhões de euros, sendo o fundo gerido pelo Instituto Camões.

Este fundo será constituído por verbas provenientes do Orçamento de Estado e de doações de entidades públicas (como autarquias) e privadas. Financiará, através de concurso, projectos de Organizações Não Governamentais (ONG) e será desenvolvido ao longo dos próximos três anos.

Entre outras linhas de acção, segundo o comunicado dos executivos português e moçambicano, a aplicação do fundo financeiro será sobretudo orientada para “promover intervenções de reconstrução e recuperação a curto e médio prazo, subjacentes a uma lógica criação de sinergias entre acção humanitária e o processo de desenvolvimento”.

Energia e turismo

Nas áreas económicas, os dois países fecharam um memorando sobre energia, que tem como objectivo “promover a cooperação institucional e incentivar a colaboração conjunta de programas e actividades de cooperação”, assim como um “plano de acção” no turismo (até 2021) para “operacionalizar” um compromisso já antes estabelecido neste sector.

Os governos português e moçambicano avançaram também com um acordo para a implementação do Programa REVIVE, visando impulsionar formas de cooperação para a “recuperação de património histórico de Portugal em Moçambique.

Desta IV Cimeira Luso-Moçambicana, os executivos de Lisboa e de Maputo estabeleceram um conjunto de acordos no sector da saúde, designadamente para a “melhoria do diagnóstico e tratamento das doenças oncológicas em Moçambique (Projeto Onco-Moçambique 2019-2021.)

“Este projecto apoia uma intervenção na área oncológica em Moçambique, desde 2003, com apoio ao Hospital Central de Maputo, através de formação de profissionais moçambicanos e fornecimento de material de diagnóstico.

A presente intervenção, segundo os dois executivos, alarga agora o apoio ao Hospital Central da Beira e ao Hospital Central de Nampula, sendo avançado “um financiamento de cerca de 50 mil euros por ano”.

Ainda nesta área, destaca-se um protocolo de cooperação técnica entre o Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge e o Instituto Nacional de Saúde de Moçambique, visando “estabelecer a cooperação em projectos de investigação, política de saúde, sistemas de saúde e observação epidemiológica”.

Os governos de Portugal e de Moçambique assinaram também protocolos nos sectores da justiça, no trabalho, para a qualificação profissional de trabalhadores, sobretudo na administração pública, e para o desenvolvimento económico da ilha de Moçambique.

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