Directora de farmácia do Hospitalar de Gaia demite-se por falta de condições básicas

O serviço farmacêutico do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho deixou de funcionar 24 horas por dia, passando a assegurar um horário das 08h00 às 20h00.

Foto
LUIS EFIGENIO / agencia

A directora do serviço farmacêutico do Centro Hospitalar de Vila Nova de Gaia apresentou a demissão por falta de condições de trabalho e falta de pessoal, com “enorme potencial de ocorrência de acidentes graves” que podem afectar os doentes.

Numa carta enviada ao director clínico e à administração do Centro Hospitalar, a farmacêutica Aida Baptista pede a sua substituição imediata enquanto directora do serviço farmacêutico de Vila Nova de Gaia/Espinho, avisando para a falta de “condições basilares” para exercer o cargo, que chegaram a tomar “proporções assustadoras”.

“Tem havido uma delapidação constante do capital humano em quase todas as classes profissionais que colaboram no serviço farmacêutico”, escreve a responsável na carta, a que a agência Lusa teve acesso, sublinhando que deu conhecimento superior destas dificuldades várias vezes.

Aliás, o serviço farmacêutico do Centro Hospitalar de Gaia/Espinho deixou de funcionar 24 horas por dia, passando a assegurar um horário das 08h00 às 20h00.

Aida Baptista avisa ainda que “as condições de trabalho estão completamente inadequadas às actividades desenvolvidas”, nomeadamente em termos de infra-estruturas. Descreve o serviço farmacêutico como um “pavilhão pré-fabricado” que está “velho”, que não dá segurança nem condições para armazenar e manipular medicamentos. A isto acresce um volume superior de trabalho que se tem verificado no Centro Hospitalar de Gaia/Espinho.

“É evidente o enorme potencial de ocorrência de acidentes graves que podem afectar os doentes. São também evidentes os riscos que os profissionais correm ao trabalhar em condições tão precárias”, alerta na carta dirigida à administração.

A falta de condições levou a directora do serviço farmacêutico a “um desgaste pessoal que culminou na degradação” da sua saúde mental e “ameaça da própria vida”. Como escreveu na carta, Aida Baptista chegou ao limite das suas forças, pedindo a imediata cessação de funções.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários