Quer ser o maior museu do mundo de street art — e para lá caminha. A operar desde 2016, o projecto Boulevard 13 reuniu até 32 obras no 13.º bairro de Paris, numa zona de habitação social, contando com contributos dos portugueses Pantónio, Add Fuel e Vhils.

Esta quinta-feira, 13 de Junho, o presidente da câmara do 13.º bairro organizou um baile popular para dar a conhecer aos parisienses e aos turistas o conjunto de instalações de vários artistas de street art. “Sou a favor da instalação da arte na cidade e começámos um trabalho de fundo no bairro com arquitectos e artistas. Reparámos que tínhamos cada vez mais street art nas nossas paredes e coincidiu com a vinda da galeria Itinerrance para aqui. Assim, começou um movimento que nos levou a este museu a céu aberto com artistas de todo o mundo, incluindo portugueses”, disse à Lusa o presidente da câmara do 13.º bairro, Jérôme Coumet.

A Avenida Vincent Auriol, onde se localiza grande parte destas obras, foi maioritariamente construída na década de 1970 e conta com vários prédios de alojamento social. A iniciativa de street art resulta de uma parceria entre a associação Association de Promotion des Arts Plastiques et Urbains Contemporains, a câmara do 13.º bairro e a Itinerrance. O autarca está agora a promover um percurso pedonal pelo bairro com um mapa que sinaliza todas as obras. O intuito é que esta vizinhança ganhe uma dimensão artística inesperada e se torne uma verdadeira atracção cultural para todos os que vivem e visitam a capital francesa.

Como se pode ver neste vídeo produzido pela Itinerrance, entre os artistas que já contribuíram para esta iniciativa estão obras de Shepard Fairey, Invader, D*Face, Seth, Conor Harrington e também de três portugueses. Add Fuel tem uma das suas características obras de azulejo no número 135 da Avenida Vincent Auriol e Pantonio está presente no seguimento desta avenida, na Praça de la Venétié, com um emaranhado de aves. Já Vhils está nas imediações, no número 177 da Rua de Chateau des Rentiers, com um dos seus murais. Para o futuro, este bairro quer continuar a enriquecer os muros dos seus prédios com obras de street art, tendo previsto chegar às 50 intervenções até 2020.