Diplomatas americanos contornam proibição da Casa Branca e expressam apoio às comunidades LGBTI+

Com roupas coloridas, jogos de luzes ou simplesmente aproveitando uma lacuna da proibição, os diplomatas norte-americanos desobedeceram à Administração Trump.

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Departamento de Estado exige um pedido de autorização a qualquer embaixada que queira içar uma bandeira que não a norte-americana LUSA/JOHN TAGGART

Da Noruega à Coreia do Sul, várias embaixadas norte-americanas estão a encontrar formas criativas de contornar a decisão do chefe da diplomacia norte-americana Mike Pompeo de proibir as representações diplomáticas dos EUA de hastear a bandeira arco-íris, como acontecia até então para assinalar o Mês do Orgulho Gay.

Este ano, e pela primeira vez, as embaixadas norte-americanas têm de pedir obrigatoriamente autorização ao Departamento de Estado para hastear qualquer bandeira que não seja a dos EUA. Hastear a bandeira LGBTI+ é expressamente proibido, mas o Departamento de Estado não referiu outras formas de exibir a bandeira arco-íris nas representações diplomáticas.

Esta lacuna tem sido explorada, com criatividade, pelos diplomatas. O consulado em Telavive, por exemplo, tem duas bandeiras LGBTI+ a cobrir o edifício, bem como acessórios com as cores do arco-íris colocados afixados nas paredes.

Na embaixada em Nova Deli, na Índia, e na de Santiago do Chile, há iluminações com luzes arco-íris, como relata o Washington ​Post. No Nepal, os funcionários da embaixada norte-americana tiraram uma fotografia com o embaixador Randy Berry vestindo roupas das cores do arco-íris.

No consulado em Seul, na Coreia do Sul, tal como na representação americana na cidade indiana de Chennai, a bandeira LGBTI+ foi colada nas paredes do edifício. 

Na embaixada norte-americana em Ulan Bator, capital da Mongólia, foi colocada uma pequena bandeira LGBTI+ nas grades que circundam o edifício. Na embaixada em Oslo, na Noruega, foi também colada uma bandeira numa das paredes do edifício.

A proibição decretada pela Casa Branca tem sido bem acolhida, por seu turno, por destacados apoiantes evangélicos do Presidente Donald Trump, como Franklin Graham, que através da rede social Twitter afirmou que disse que a bandeira LGBTI+ é “ofensiva para os cristãos e milhões de pessoas de outras religiões”.

Não é a primeira vez que o Departamento de Estado enfrenta críticas pelas políticas da Administração Trump em relação às comunidades LGBTI+. Recentemente, os EUA foram criticados por suspender a emissão de vistos para parceiros de diplomatas estrangeiros homossexuais, impedindo-os de viverem no país.

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