Helder Moutinho canta “atrás dos cortinados” para o seu novo disco

O fadista Helder Moutinho continua a gravar e revelar as canções do seu novo disco, ao ritmo de uma por mês. Agora é Atrás dos meus cortinados, de João Monge e João Gil. O disco será concluído e editado em 2020.

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DR

Começou a gravar o seu novo disco ao ritmo de uma canção por mês, publicando-as em single, com vídeo e com uma banda desenhada a acompanhar. Este projecto de Helder Moutinho terminará com a edição de um novo álbum, o sexto da sua carreira, a editar no em 2020. Disco que se juntará aos cinco que já gravou em nome próprio: Sete Fados e Alguns Cantos (1999); Luz de Lisboa (2004); Que fado é este que trago? (2008); 1987 (2013); e O Manual do Coração (2016), muito bem recebido pela crítica. Seguiu-se-lhes o espectáculo Escrito no Destino, estreado no São Luiz e na casa da Música, a partir do qual Helder decidiu iniciar este processo de gravação gradual do novo disco.

Nunca parto inteiramente foi o single de estreia, revelado em Abril. Atrás dos meus cortinados é a segunda música, que agora surge à luz do dia e que Helder apresenta como “canção de amor amargo, enganador e fugidio, de um sabor antigo mas que soa novíssimo na sua voz e na voz das guitarras que o acompanham: Ricardo Parreira (guitarra portuguesa), Miguel Silva (viola de fado) e Ciro Bertini (baixo acústico).”

Da autoria de João Monge (letra) e João Gil (música), Nunca Parto Inteiramente foi gravado no Lux Frágil, em Lisboa, com som, mistura e masterização de Tó Pinheiro da Silva e produção de Ana Sofia Carvalheda, captação de som de Eric Harizanos e assistência na captação de som de Francisco Pepe (todos da Antena 1, onde esta canção se deu a ouvir pela primeira vez).

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TOMÁS ROSA

Tal como na canção anterior e nas próximas, esta é acompanhada por uma prancha da BD criada por Tomás Rosa especificamente para este projecto, prancha essa que aqui se mostra pela primeira vez. A gravação do disco é uma co-produção da MWF – Music Without Frontiers com o Museu do Fado e tem o apoio da Sociedade Portuguesa de Autores.

Atrás dos meus cortinados

Poema de João Monge, com música de João Gil

Atrás dos meus cortinados
Estamos os dois condenados
Um ao outro a horas mortas
Se é a deus que isto se deve
Ele lá sabe o que escreve
Direito por linhas tortas

Falam de nós, eu bem sei
Deste amor fora da lei
Sem destino nem Altar
Somos a rosa colhida
No lado escuro da vida
Que só se dá ao Luar

Não te sintas obrigado
A prometer que a meu lado
Nunca mais te vais embora
Atrás dos meus cortinados
Estamos os dois obrigados
A ser imortais agora

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