Confiança na UE também ficou muito abalada

Os acontecimentos nacionais têm um peso importante na avaliação da União Europeia.

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Europa Nuno Ferreira Santos

Não foi só entre instituições nacionais que disparou a desconfiança dos cidadãos do Sul da Europa durante a crise económica. O descrédito da União Europeia também cresceu de forma significativa entre os cinco países analisados no estudo para FFMS.

Os países da Europa do Sul são historicamente caracterizados por níveis elevados de entusiasmo em relação ao projecto europeu, “mas ao longo dos últimos anos tem-se assistido a uma quebra nos indicadores que medem as várias dimensões de apoio à UE” e a análise da evolução destes indicadores revela que o declínio de confiança “começou a ser observável na viragem do século e atingiu valores consideravelmente baixos durante o período de crise”, revelam os investigadores.

Os resultados sugerem uma alteração importante com o advento da crise: “ao contrário do que até então sucedia, a evolução da situação económica passou a estar mais directamente associada a mudanças a nível da opinião pública nos países da Europa do Sul em relação à Europa. (…) Os resultados sinalizam que a crise das dívidas soberanas constituiu um momento de viragem, que implicou que alguns dos efeitos já detectados no âmbito da opinião pública relativamente às instituições nacionais se expandissem para a esfera europeia.”

É essencialmente com base na informação económica que os cidadãos “constroem os seus pilares de apoio e as suas representações sobre a longínqua UE”, mas os autores do estudo concluíram que acontece a nível nacional também parece ter muito peso. “O funcionamento da democracia no plano nacional fornece informação suficiente para os cidadãos exprimirem posições favoráveis à UE e isto não deve ser negligenciado, pois este é o indicador que mais significativamente influencia.”

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