Euro “festivais”

Não, Israel não “ocupa” a Palestina; não, Israel não é um Estado de apartheid; não, Israel, e o seu Exército, não comete(m) crimes de guerra, contra a Humanidade.

No passado dia 18 de Maio realizou-se em Telavive, segunda cidade de Israel, a final do Festival Eurovisão da Canção de 2019. E, contando com as meias-finais realizadas nos dias 14 e 16, nenhum concorrente apurado faltou. Madonna, convidada especial do derradeiro espectáculo, também não. Ela, tal como Conan Osiris e todos os outros artistas das 42 nações participantes, comportaram-se honradamente e não cederam às pressões e às mentiras dos anti-semitas que, até através de petições, de abaixos-assinados (incluindo em Portugal, cujos nomes dos subscritores se cobriram de infâmia), tentaram mais uma vez, mas falharam, atingir, prejudicar, a única – e modelar – democracia do Médio Oriente, constantemente alvo de ameaças e de ataques por ditadores e terroristas que a cercam.

Significativamente, na véspera, a 17 de Maio, o parlamento alemão votou e aprovou por larga maioria – aliás, quase unanimidade – uma resolução que não só condena o movimento BDS (boicote, desinvestimento e sanções), mas que também apela ao Governo germânico para não apoiar as acções daquele… como, precisamente, e entre outras, a desestabilização do Eurofestival. E porquê? Porque “o padrão dos argumentos e dos métodos do movimento BDS é anti-semítico” e, mais, “é reminiscente da fase mais terrível da história alemã”. Por outras palavras, é neonazi. Esta iniciativa do Bundestag é importante, mas será preciso muito mais para que se proceda à plena desintoxicação mental de muitos pobres de espírito (ou pior do que isso) que em Portugal, na Europa e no Mundo, e em resultado da profunda, prolongada propaganda esquerdista, marxista, aliada cada vez menos circunstancial da propaganda islamita, acreditam acrítica e boçalmente nas novas mentiras sobre a nação hebraica, (in)dignas herdeiras das velhas que eram “reveladas” pelo falso livro Os Protocolos dos Sábios de Sião, e que convenceram Adolf Hitler e os seus nacionais-socialistas a aplicar a “solução final” em campos de concentração.

Afinal, não é necessário mais do que curiosidade, honestidade intelectual e uma elementar pesquisa histórica, nos livros e/ou por computador, para se saber que: não, Israel não “ocupa” a Palestina, mas foi fundado, tal como a sua real e eterna capital Jerusalém, em territórios reivindicados pelos judeus há milhares de anos, muito antes de outros povos; não, Israel não é um Estado de apartheid, sendo, sim, os muçulmanos que praticam não um, mas sim dois tipos de separação e discriminação institucionais, uma entre homens e mulheres (inferiorizando estas) e outra entre o islão e as outras religiões (inferiorizando estas); não, Israel, e o seu Exército, não comete(m) crimes de guerra, contra a Humanidade, mas limita(m)-se a responder, a defender-se dos frequentes e violentos atentados à sua existência e soberania por parte daqueles que não hesitam em colocar em perigo, nas linhas de fogo, as suas próprias crianças, “ensinadas” desde que nascem a odiar judeus. E, não, a animosidade contra Israel não é potenciada actualmente pela “intolerância” e pelo “extremismo” de Benjamin Netanyahu e do Likud; acaso aquele país não era igualmente vilificado quando tinha como primeiros-ministros homens do Partido Trabalhista como Yitzhak Rabin, Shimon Peres e Ehud Barak? Aparente e infelizmente, os conhecimentos e os ensinamentos que o Holocausto ministrou à custa de seis milhões de mortos foram esquecidos, ou nem foram adquiridos, por muitas, demasiadas, ignorantes, ignóbeis, pessoas.

Entretanto, na semana seguinte ao Eurofestival, entre 23 e 26 de Maio, decorreu um outro “festival” que também envolve vários países europeus – mas menos do que os representados em Telavive – a darem as suas votações às “músicas” que os políticos lhes “cantam”. São as eleições para o Parlamento Europeu, cada vez mais um mero ritual rotineiro que não muda (para melhor) uma União Europeia que se tornou “progressivamente” uma colossal e burocrática contradição, assumindo em simultâneo características de “fortaleza”, mas com fronteiras exteriores cada vez menos (se é que alguma vez foram) inexpugnáveis, que abre os seus “portões” a “invasores” muçulmanos radicais (ex-membros do Estado Islâmico, e não só) que cometem sucessivos crimes de agressão, violação e assassínio, e cujos dirigentes e representantes dão prioridade a campanhas pseudocientíficas e não à liberdade e à segurança dos seus cidadãos, estes arriscando-se a serem censurados ou mesmo presos por terem opiniões “inconvenientes” e expressá-las nas redes sociais. Uma União Europeia que continua também a conceder credibilidade ao Irão dos “ai-as-tolas”, um regime arcaico, teocrático, repressivo, que “exporta” terrorismo tão ou mais do que petróleo, que não desistiu de obter a bomba nuclear apesar de um “acordo” em que só ingénuos confiam, que prende mulheres por tirarem os véus das cabeças, que executa homossexuais apenas por o serem…

… E que persiste em apelar à destruição de Israel. Este é, crescentemente, a Terra Santa, o grande santuário para muitos judeus europeus que fogem e se refugiam de uma vaga de violência anti-semita recente no Velho Continente que só encontra paralelo nos anos anteriores à Segunda Guerra Mundial. Sim, (muitos d)os Filhos de David deixaram de acreditar nas “euro-visões”. 

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