A música salva e liberta

Tornar mais positiva a vida de quem tem autismo, síndrome de Down ou se encontra prisioneiro é uma das qualidades da música. Reflexões do simpósio internacional Música, Saúde e Bem-Estar no dia de encerramento do festival inclusivo de Setúbal.

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A Ensemble Juvenil de Setúbal conta com o apoio do musicoterapeuta Pedro Condinho e é dirigida por Miguel Ângelo Conceição DR/Cortesia do Festival de Música de Setúbal

“Música, refugiados e pedidos de asilo”, “Música na prisão”, “Música e cuidados de saúde continuados”, “Saúde mental e criatividade (Mahler)” foram alguns dos temas que reuniram em Setúbal especialistas internacionais em música, medicina e bem-estar e que deram a conhecer as suas práticas e êxitos junto de idosos, pessoas com demência, sem-abrigo, pessoas deslocadas, refugiados, requerentes de asilo e prisioneiros.

Ficava assim cumprida a expectativa da organização do simpósio Música, Saúde e Bem-Estar, integrado na 9.ª edição do Festival de Música de Setúbal, como nos deu conta Isabel Lopes: “Trocar e partilhar conhecimentos e práticas que ajudam os pacientes com necessidades especiais como o autismo, síndrome de Down ou com doenças degenerativas, entre outras, a ter uma vida com mais perspectivas, mais positiva.”

Esta responsável da A7M, que organiza o encontro, quis destacar os projectos portugueses de “Inês Lamela, Música nas Prisões, e de Ana Paula Góis, Música nos Hospitais” e lembrar que, em Portugal, “já há técnicos de saúde e cursos universitários em musicoterapia”. Realça ainda o trabalho da professora Teresa Leite, “uma das participantes no simpósio e que há muito se dedica a esta temática”. Esta professora da Universidade Lusíada, musicoterapeuta e orientadora do programa de mestrado na área, partilhou o tema “Crianças e jovens” com Grace Meadows, também musicoterapeuta no Hospital Chelsea e Westminster, no Reino Unido.

Do lado das apresentações dos oradores britânicos, Isabel Lopes sublinhou “o projecto da artista Merit Ariane Stephanos, Music Action International UK, e de Matt Peacock, Street Wise Opera/With One Voice”. Não tem dúvidas de que “a música salva” e diz mesmo haver “vários exemplos na história da música”. Para concluir: “A música é um meio de ajuda que complementa outros métodos mais tradicionais, como a medicação.” 

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O grupo Headspace Ensemble encerrou a 9.ª edição do inclusivo Festival de Música de Setúbal DR/Cortesia Festival de Música de Setúbal

Ao longo do encontro, com o tema geral home, houve actuações com grupos e projectos inclusivos: Ensemble Juvenil de Setúbal interpretou Steve Reich Clapping Music, com direcção de Miguel Ângelo da Conceição e o apoio do musicoterapeuta Pedro Condinho, e o grupo Músicos Recriar-se, no concerto Recriar-se, com a participação do responsável pelo projecto, Carlos Xavier. A encerrar o encontro e o festival, pôde escutar-se no Fórum Luísa Todi John Kenny Salt e Headspace, com o Ensemble Headspace.

O Festival de Música de Setúbal é apoiado por Helen Hamlyn Trust e pelo Município de Setúbal, numa organização da A7M. Esta edição realizou-se de 23 a 27 de Maio, em vários locais da cidade e em Azeitão, e envolveu de novo centenas de alunos do concelho. Com e sem necessidades especiais.

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