Os outros incêndios: dos cinco anos de Windsor aos 27 do Chiado

Cinco anos exactos após o incêndio no Castelo de Windsor, em 1992, concluíam-se as obras de reconstrução. No Chiado, a recuperação foi concluída oficialmente 27 anos depois.

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Erigido no século XI, o Castelo de Windsor, uma das residências oficiais de Isabel II, sofreu um violento incêndio em 1992 FACUNDO ARRIZABALAGA/EPA

No dia 20 de Novembro de 1992, um candeeiro acidentalmente encostado a um cortinado foi o rastilho para a catástrofe. Com primeiro foco na capela privada da Rainha Vitória, o fogo alastrou pelo Castelo de Windsor, erigido no século XI. 27 anos depois, no rescaldo do incêndio que destruiu Notre-Dame, os arquitectos responsáveis pela reconstrução daquela que é uma das moradas oficiais de Isabel II dão testemunho da sua experiência para garantir que “veremos a Notre-Dame magnífica novamente”.

As obras de reconstrução foram iniciadas imediatamente após o incêndio no castelo, tal como acontecerá agora em Paris, e foram finalizadas a 20 de Novembro de 1997, cinco anos exactos passados sobre a tragédia, com um custo, à época, de cerca de 43 milhões de euros. “No fim de tudo, foi surpreendente a rapidez com que conseguimos fazê-lo”, confessou à Reuters Giles Downes, um dos arquitectos envolvidos na operação.

Mais tempo demorará a recuperação do Museu Nacional do Rio de Janeiro, destruído por um incêndio em Setembro de 2018. O edifício que acolheu em 1808 a família real portuguesa fugida das invasões francesas, era o maior museu de antropologia e história natural da América do Sul. Uma semana após ver desaparecer nas chamas parte da sua vastíssima colecção de 20 milhões de peças, a directora da UNESCO no Brasil apontava para um trabalho de recuperação de dez anos, com algumas áreas a poderem ser gradualmente abertas ao público no decorrer das operações.

Mais perto, no coração de Lisboa, mantém-se viva a memória do grande incêndio no Chiado, em 1988. A reconstrução, idealizada por Álvaro Siza, só foi concluída oficialmente em 2015, quase 27 anos depois, com a inauguração dos Terraços do Carmo.

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