Governo nomeia e exonera no mesmo dia marido de secretária de Estado

João Ruivo, marido da secretária de Estado da Cultura, foi nomeado como técnico especialista pela secretária de Estado do Desenvolvimento Regional. Nomeação e a exoneração foi publicada no mesmo dia em Diário da República. É o terceiro afastamento no âmbito do Familygate.

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Angela Ferreira tomou posse como secretária de Estado a 17 de Outubro de 2018. Rui Gaudencio

O marido da secretária de Estado da Cultura, João Ruivo, foi nomeado e exonerado da secretaria de Estado do Desenvolvimento Regional esta sexta-feira. O despacho publicado em Diário da República indica que o também vereador do PS na Câmara Municipal de Cascais tinha sido nomeado a 28 de Março, dia em que o jornal online Observador noticiou a sua nomeação. Outro despacho, também publicado esta sexta-feira, revela que João Ruivo foi exonerado a 10 de Abril. 

Embora não se trate de uma nomeação directa, tal como ocorreu com os primos Carlos Martins e Armindo Alves, o técnico especialista foi nomeado pela secretária de Estado Maria do Céu Albuquerque menos de seis meses depois de a mulher, secretária de Estado da Cultura Ângela Ferreira, ter tomado posse no Governo. A lei actual não impede estes casos de nomeação cruzada e legislação que está a ser preparada pelo PS também não impede, embora obrigue a sejam tornados públicos.

O Observador acrescenta que João Ruivo “pediu para ser demitido das funções para não prejudicar o trabalho da mulher como governante num outro ministério”. 

Esta é a terceira baixa no Governo no âmbito do chamado Familygate, depois da demissão do secretário de Estado do Ambiente Carlos Martins e do seu primo e adjunto Armindo Alves.

A polémica sobre a nomeação de familiares no Governo e nos gabinetes fez mossa aos socialistas. O PS desceu nas intenções de voto e o PSD subiu, o que fez aproximar os dois partidos nas intenções de voto para as legislativas. O barómetro da Aximage para o Correio da Manhã e para o Jornal de Negócios revela ainda que a maioria critica a escolha de familiares para os gabinetes, o que poderá estar relacionado com a queda nas sondagens, apesar de estas não questionarem directamente sobre a relação.

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