Os jovens já não são “um grupo a quem a história acontece”. Agora, fazem a própria história

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Há uma "geração inquieta" exposta como nunca vista. A 1 de Março de 2019, a House of European History abriu a sua segunda exposição, intitulada Juventude Inquieta: Crescer na Europa, 1945 até AgoraA exposição explora as vivências que definem os jovens, desde a educação, o emprego e a criação de uma identidade, até se tornarem politicamente activos ou se apaixonarem. Para que tudo isto fosse concretizável, a exposição analisa quatro gerações de jovens que atingiram a maioridade em momentos importantes da história europeia: o final da década de 1940, a década de 1960, a década de 1980 e a de 2000. 

Nas imagens de Juventude Inquieta, disponíveis no site do museu, existem referências a música, moda, cultura, entretenimento e séries televisivas características destas décadas espalhadas pelas paredes. Entre elas os discman, fotografias de Madonna ou saias coloridas, ícones da década de 60. Segundo a entidade explica em comunicado, o percurso das crianças durante a infância, já depois dos anos 60, tornou-se o foco de pesquisas e continua a angariar um interesse cada vez maior. “Agora, a juventude é vista como um grupo importante de pessoas, ainda mais porque alguns acontecimentos recentes provaram que a combinação da juventude e do protesto tem um apelo universal”, lê-se no comunicado que divulga a exposição.

A ideia é mostrar aos visitantes que a história dos jovens, desde a década de 40, é feita de conexões que ultrapassam fronteiras, de agitação por mudanças sociais e, principalmente, por uma luta pela liberdade individual. A “juventude inquieta” também moldou o projecto europeu, tanto que as condições dos jovens enquanto grupo passaram a ser vistas como uma espécie de “termómetro” que media o estado do continente europeu. Nos inícios da última granfr crise económica, o desemprego e a emigração foram dois dos grandes problemas dos jovens, símbolos da gravidade da situação. 

O debate público chegou mesmo a referir-se ao aparecimento de uma "geração perdida" de jovens europeus. Em Portugal chamaram-lhes “Geração à Rasca”. “A exposição Juventude Inquieta terá uma perspectiva transnacional para explorar a forma como, durante os últimos 70 anos, os jovens deixaram de ser um grupo a quem a história acontece para passarem a ser um grupo que faz história”, lê-se no comunicado. A mostra pode ser visitada de segunda-feira a domingo, nas 24 línguas da União Europeia, até ao final de Fevereiro de 2020, na House of European History, em Bruxelas, na Bélgica. A entrada é gratuita.