O que eles querem

A saída do RU é tão somente uma última tentativa de negociar uma relação com a UE que contenha todas as vantagens sem nenhuma das desvantagens. O RU sempre quis ter uma consideração especial dentro da UE – e houve vezes em que a obteve.

De repente percebi o “Brexit” perfeitamente. Os que realmente querem sair da União Europeia (UE) querem sair sem acordo. Todos os outros, incluindo os outros brexiteiros e os que querem ficar na UE, querem o que os ingleses sempre quiseram: uma UE à la carte, modelada conforme a conveniência do Reino Unido (RU).

A saída do RU é tão somente uma última tentativa de negociar uma relação com a UE que contenha todas as vantagens sem nenhuma das desvantagens. O RU sempre quis ter uma consideração especial dentro da UE – e houve vezes em que a obteve.

Todos os votos ditos indicadores ensaiam modelos considerados superiores àquele que foi negociado com Theresa May. A palavra significativa não é Canadá, Noruega ou Turquia. É a palavra plus.

Os ingleses querem sempre mais um bocadão, embora estejam dispostos a aceitar, como consolação, vários bocadinhos. É o Canadá plus e o Norway plus.

Já nas obrigações deles para com a UE é sempre uma versão minus. O cúmulo do minus é querer sair da UE mas sem haver uma fronteira entre a Irlanda do Norte e a República da Irlanda.

A prova que os ingleses estão sempre a tentar negociar uma maneira de estar simultaneamente dentro e fora da União Europeia (dentro para as coisas boas, fora para as coisas más) é a maneira como muitos reagem às soluções de que menos gostam. Dizem logo: “se é assim, mais valia ficarmos”.

É a UE que se sente rejeitada e mal amada: afinal é verdade que nós gostamos mais dos ingleses do que eles de nós. É natural que se aproveitem disso.

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