Estoril Open: mais jovens promissores, mais público português e mais lucros

Na apresentação da edição de 2019 do Estoril Open, a organização do torneio presenteou o português Pedro Sousa com o acesso directo à prova que contará com a presença de alguns dos melhores tenistas da actualidade. O evento vai atraindo mais espectadores em Portugal.

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O Estoril Open deste ano terá um cartaz muito atractivo LUSA/JOSE SENA GOULAO

Entre os próximos dias 27 de Abril e 5 de Maio irá decorrer mais uma edição do Estoril Open, a única prova do circuito mundial de ténis que passa por Portugal. Esta quarta-feira, a organização promoveu a apresentação do evento em Carcavelos. O torneio, já esperado como o mais competitivo de sempre, contará com muitas novidades dentro e fora dos courts.

No arranque da apresentação, o director do torneio, João Zilhão, anunciou Pedro Sousa como o primeiro de três wild cards para a competição. O tenista português junta-se ao compatriota João Sousa, o último vencedor do Estoril Open, no lote de atletas com acesso directo à competição. “O Pedro Sousa proporcionou dois dos jogos mais emocionantes do último Estoril Open e tem uma palavra a dizer”, disse João Zilhão. Na passada edição, o português número 105 do ranking ATP, venceu Gilles Simon em três sets e depois foi eliminado por João Sousa na segunda ronda. O director do torneio justifica a atribuição deste wild card como “um prémio pela carreira do Pedro Sousa”. “Espero que os dois Sousa dêem alegrias aos portugueses. O público tem os ajudado a superar várias batalhas”, afirmou.

A escolha dos outros wild cards será complicada até ao sorteio no dia 26 de Abril que irá definir as partidas, admite o anfitrião do evento, mas esperam-se “muitas mais emoções com um quadro extraordinário com os mais carismáticos artistas e jogadores”. “Temos mais três pedidos de wild card, de nomes muito sonantes, os agentes pedem respostas rápidas, mas temos que avaliar com calma”, explicou.

Para João Zilhão, o fim-de-semana do Estoril Open promete muita competição por apenas mais uma prova 250 do circuito ATP a acontecer ao mesmo tempo, em Munique, e por ter tenistas do top-10 do ranking mundial: o sul-africano Kevin Anderson e o grego Stefanos Tsitsipas. No Clube de Ténis do Estoril também estarão atletas do top-20: Fabio Fognini (Itália, 17.º), Gael Monfils (França, 18.º). Os jovens Alex Di Minaur (Austrália, 20 anos, 26.º) e Frances Tiafoe (EUA, 21 anos, 34.º) também serão as atracções deste quadro. “Todos os Next Gen (nova geração) estão a valorizarar-se, tenho de tirar o chapéu”, disse João Zilhão.

Manter alguns bons nomes actuais do ténis e jovens promessas da modalidade pode atrair estrelas como Rafael Nadal, Roger Federer ou Novak Djokovic? Não, respondeu João Zilhão ao PÚBLICO, porque tudo depende “do orçamento e de possibilidades de calendário”. “Temos sorte em trazer jogadores que não estava à espera, é um ano atípico com a presença de quatro top-20 e dois top-8. Não é normal numa prova ATP 250”, acrescentou.

“O torneio tem sempre interesse e grande nível independentemente dos jogadores que trazemos”, salientou o anfitrião, dando o caso de Tsitsipas, que estava classificado na posição 70 no ano passado e já está no top-10 mundial. No entanto, João Zilhão alertou para a dificuldade de atrair os jogadores ao torneio: “Há jogadores que infelizmente olham mais para o lado deles e não têm noção da dificuldade que é angariar dinheiro para montar um torneio destes. Para além do prémio monetário [final] estar sempre a subir é preciso pagar o cachet. Todos pagam um bocadinho a todos os jogadores.” O prémio para o vencedor do Estoril Open ronda os 439 mil euros.

Mais público e um impacto económico na casa dos milhões

João Sousa venceu a última edição do Estoril Open e isso atraiu mais público nacional ao ténis, algo que a organização deste torneio pretende continuar a aproveitar. João Zilhão mostra os números e fala da emoção que se viveu na última final do Estoril Open para mostrar que o ténis também vai gerando interesse no país. “É uma modalidade que também tem heróis. O João Sousa tem sido fundamental para a modalidade enquanto jogador e nós como organizadores queremos continuar a dar saúde a esta prova”, afirmou.

Uma polémica que envolva um (árbitro) português, como foi entre Carlos Ramos e Serena Williams, não parece ser o acontecimento que traga mais espectadores portugueses ao ténis. “Queremos ter os melhores árbitros portugueses na prova e ficamos contentes com isso”, disse João Zilhão que elogiou todos os intervenientes do Estoril Open.

Com mais parceiros, atracções e possibilidades de estar mais perto de tudo o que este evento mobiliza nas regiões de Cascais e Estoril, João Zilhão realçou que a última edição do torneio de ténis teve um impacto de 37 milhões de euros na economia nacional para todo o universo de actividades que estiveram envolvidas no evento.

O Estoril Open acontece de 27 de Abril a 5 de Maio no Clube de Ténis do Estoril. O dia 1 (sessão diurna), o sábado 4 e o domingo 5 já têm lotação praticamente esgotada, garante a organização do torneio. Os ingressos diários custam entre 10€ a 20€.

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