Petição anti-”Brexit” recolhe mais de três milhões de assinaturas

Mais de dois milhões de assinaturas recolhidas nas últimas 24 horas, desde que Theresa May culpou a Câmara dos Comuns pelo impasse.

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Theresa May LUSA/STEPHANIE LECOCQ

Uma petição a favor da continuidade do Reino Unido na União Europeia, criada em Fevereiro, recebeu mais de três milhões de assinaturas, dois milhões só nas nas últimas 24 horas. Este crescimento súbito aconteceu depois de a primeira-ministra britânica, Theresa May, ter culpado os deputados pelo impasse, na quarta-feira.

Na noite de quinta-feira, a União Europeia aceitou o pedido de adiamento do “Brexit” feito pelo Governo britânico, mas deu a Theresa May menos tempo do que ela pedia – se a Câmara dos Comuns aprovar, numa terceira votação, o acordo entre Bruxelas e Londres, a saída será a 22 de Maio; se não houver acordo, o Reino Unido terá de sair mas cedo, a 12 de Abril.

Não há nenhuma proposta em cima da mesa, nem no Governo britânico nem na Câmara dos Comuns, para revogar a invocação do Artigo 50 – que permite a um Estado-membro sair da União Europeia. Mas em todo o país há milhões de pessoas que apoiam a realização de um segundo referendo, e mais de três milhões assinaram a petição criada em Fevereiro pela cidadã Margaret Anne Georgiadou.

Ao longo de quinta-feira, os servidores do site de petições do Parlamento britânico não aguentaram o aumento do número de acessos, uma contrariedade que dificultou o objectivo desta consulta. Apesar de o Parlamento responder a todas as petições que tenham mais do que dez mil assinaturas, e de avaliar as que recebam mais do que 100 mil, a líder da bancada conservadora da Câmara dos Comuns, Andrea Leadson, disse que só analisará esta petição em particular se tiver 17 milhões de assinaturas.

Na quinta-feira à noite, a criadora da petição, Margaret Anne Georgiadou, pediu ajuda, através do Twitter, para acelerar a resolução dos problemas técnicos no site: “Será que alguém pode mexer os cordéis para consertar o serviço de petições? Leadsom só olha para nós se tivermos mais do que 17 milhões de assinaturas. Como é que podemos chegar lá se os servidores estão em baixo?”

Mas a primeira-ministra britânica já fez saber que não era na continuidade do Reino Unido na União Europeia que estava a pensar quando pediu a ajuda dos cidadãos para ultrapassar o impasse na Câmara dos Comuns.

“A primeira-ministra tem sido clara a dizer que o falhanço do cumprimento do resultado do referendo seria um falhanço da nossa democracia”, disse uma porta-voz do gabinete de Theresa May.

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