As primeiras imagens de Leaving Neverland sobre os alegados abusos de Michael Jackson

Documentário estreia-se na HBO no início de Março e estará também na HBO Portugal. Família do cantor diz que é "assassinato de carácter". Dois acusadores, um dos quais chegou a defender Jackson em tribunal num caso de abuso sexual, contam as suas histórias.

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Em Janeiro, foi um dos filmes mais falados do Festival de Sundance. Mas o mundo ainda não tinha visto imagens do documentário-denúncia Leaving Neverland. Agora, duas semanas antes da sua estreia (também em Portugal), o filme sobre duas famílias e os alegados abusos cometidos pelo rei da pop Michael Jackson sobre dois rapazes tem o seu primeiro trailer. “Quero poder dizer verdade tão alto quanto tive de dizer mentiras por tanto tempo”, diz Wade Robson, um dos acusadores, sobre o filme da HBO fortemente criticado pela família Jackson.

Leaving Neverland vai estrear-se na HBO a 3 de Março e, por conseguinte, no mesmo dia no serviço de streaming HBO Portugal, como confirmou aos jornalistas o presidente da HBO Europe, Hervé Payan, na semana passada em Lisboa. A segunda parte do documentário realizado por Dan Reed é exibida no dia seguinte, 4 de Março. É um filme que regressa ao fantasma que assombrou e em parte ensombrou a fama planetária do rei da pop — o dos abusos sexuais sobre menores. Os seus dois acusadores são Robson, de 40 anos, e James Safechuck, que falam da sua amizade com o autor de Thriller e Bad na infância.

“Toda a gente queria conhecer o Michael, ou estar com o Michael. E depois, ele gosta de nós”, dizem no trailer revelado ao final do dia de terça-feira. “Os dias estavam repletos de aventuras e experiências mágicas de infância: jogar à apanhada, comer junk food, tudo o que poderíamos querer enquanto crianças”, lembra Safechuck. O lado mais negro da história surge quando o mesmo homem, hoje com 36 anos, diz: “Ele disse-me que se alguém descobrisse o que estávamos a fazer, íamos para a prisão, ele e eu, o resto da vida”.

Além dos dois homens, as suas famílias e outras figuras são entrevistados no filme que a família Jackson, que gere o legado multimilionário do cantor, considerou “mais uma produção barata” e “uma tentativa escandalosa e patética de explorar e ganhar dinheiro com Michael Jackson”. Contestando o seu conteúdo, a família voltaria à carga após a exibição em Sundance para enquadrar Leaving Neverland no “tipo de assassinato de carácter de tablóide que Michael Jackson suportou em vida”. Helen Barlow descreveu no PÚBLICO em Janeiro o documentário como “escaldante”. Alguns dos críticos presentes classificaram-no como “devastador” (Variety), “cativante e penoso” (Los Angeles Times) ou “complexo e de partir o coração” (Hollywood Reporter).

O filme foca-se em duas alegadas vítimas de pedofilia e uma delas, durante o julgamento de 2005 que levou Jackson a tribunal para todo o mundo ver, defendeu o carácter do rei da pop. Wade Robson diz agora que mentiu, levantando mais dúvidas sobre o mediático caso que há mais de uma década resultou num veredicto de inocente, mas também recuperando outro caso, de abuso sexual sobre um adolescente, que findou com um acordo entre as partes e com o pagamento de mais de 20 milhões de dólares à família do queixoso. Dan Reed disse ao site Vulture: "Acho que a maior parte das pessoas que se dêem ao trabalho de ver o filme sairão dele a acreditar na história de Wade e James".

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