Sopa de Pedra reeditam primeiro disco e estreiam tema inédito no Capitólio

O grupo Sopa de Pedra reedita o seu disco de estreia e apresenta-o ao vivo em Lisboa, no Capitólio. Este sábado, às 21h30, com convidados: Amélia Muge, de quem estreiam um inédito, Cramol, Daniel Pereira Cristo, José Manuel David, José Salgueiro e Lula Pena.

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Sopa de Pedra DR

O disco de estreia das Sopa de Pedra, um grupo de canto feminino a capella criado no Porto em 2012, é relançado nas lojas em simultâneo com a sua primeira apresentação ao vivo em Lisboa, no Cineteatro Capitólio, este sábado, às 21h30. Ao Longe Já Se Ouvia, assim se chama o disco, foi lançado em 2017 e apresentado ao vivo nesse ano, primeiro no Festival de Músicas do Mundo, em Sines, e depois na Casa da Música, no Porto.

Para o espectáculo do Capitólio, as Sopa de Pedra convidaram vários cantores e músicos, a começar pela cantora e compositora Amélia Muge, de quem vão estrear um inédito, Pé de Sopa, com arranjo de Sara Yasmine, Teresa Campos e Mariana Gil (três das cantoras do grupo; as outras são: Benedita Vasques, Inês Campos, Inês Loubet, Inês Melo, Maria Vasquez, Rita Costa e Rita Sá).

Além de Amélia, participam no espectáculo grupo vocal feminino Cramol, o multi-instrumentista Daniel Pereira Cristo, José Manuel David (ex-Gaiteiros de Lisboa), o percussionista José Salgueiro e a cantora Lula Pena. Além de temas do disco de estreia agora reeditado (Os bravos, da música popular açoriana, ganhou agora um videoclip), apresentarão outros temas do cancioneiro tradicional ou de autores que vêm integrando o seu repertório ou influenciam, de algum modo, o seu trabalho.

Cruzamentos e inspirações

“Este concerto vai ser baseado nos que temos dado até agora”, diz ao PÚBLICO Mariana Gil. “Vamos incluir temas que não estão no disco mas que se enquadram no repertório. Estamos muito contentes com o sucesso da primeira edição, com o ter-se esgotado e com as reacções que fomos recebendo. Por isso decidimos fazer uma festa, um concerto de celebração.”

E os convidados incluem-se nesse conceito de festa. “A proposta que nós fizemos aos convidados foi a de se enquadrarem nalgumas das nossas músicas. São, todos eles, pessoas com quem nos fomos cruzando e que inspiraram o nosso trabalho. Alguns são autores de músicas que vamos cantando, caso da Amélia Muge, que conhece muitas de nós desde pequenas e acompanha o nosso trabalho, ou intérpretes que marcaram as músicas que foram sendo recolhidas no terreno, dando-lhes mais voz e fazendo-as chegar mais longe, como o José Manuel David, que cantou a Cantiga de la Segada.”

Os instrumentistas têm, também, papel de relevo, apesar do trabalho das Sopa de Pedra se basear no canto: “O José Salgueiro vai fazer apontamentos de percussão em várias das músicas, será o convidado que mais intervenções vai ter”, diz Mariana. “No caso do Daniel Pereira Cristo, vamos voltar a uma música que surgiu de improviso com ele, uma vez que nos cruzámos, nós a cantar e ele no cavaquinho. É uma cantilena açoriana chamada Sol baixinho.” Foi também por se cruzarem, um dia, com a cantora Lula Pena que resolveram convidá-la. “Achámos que podia ter interesse em juntar-se connosco, até por ter um registo tão diferente. Mas temos com ela algo em comum e pode funcionar.”

Novo disco, este ano e em vinil

Já o grupo feminino Cramol, formação histórica por ser a mais antiga dos grupos a capella que vão preservando e reinventando as cantigas de tradição oral criadas por mulheres (o Cramol está ligado à Biblioteca Operária Oeirense) vão participar nalguns temas, como a Cantiga sem maneiras, do antigo GAC. “O GAC gravou-a a solo, com uma voz feminina, mas nós fizemos a sugestão de cantá-la a várias vozes no palco.”

Após o concerto no Capitólio, as Sopa de Pedra vão iniciar um projecto com a pianista Joana Gama, com a qual revisitarão o repertório de Fernando Lopes-Graça, diz Mariana: “Chama-se Viagens na Minha Terra e é uma compilação de dezanove peças baseadas em melodias tradicionais mas arranjadas para piano, que a Joana explorou numa tese de doutoramento e recuperamos nesta colaboração, agora com vozes e percussões.”

Reeditado Ao Longe Já Se Ouvia no formato original (um CD numa caixa de madeira, com tampa de correr, incluindo postais de cartão com fotos antigas manipuladas no rosto e, no verso, as letras de cada uma das canções), para este ano está também previsto um novo álbum com temas originais das Sopa de Pedra, que vai ser lançado em vinil.

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