Deputada curda libertada após 79 dias em greve de fome

Leyla Guven foi presa por criticar uma operação militar turca na Síria e protestava contra as condições de detenção do líder histórico das milícias PKK, Abdullah Öcalan.

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Apoiantes de Leyla Guven Reuters/Sertac Kayar

A deputada curda Leyla Guven deverá ser libertada nas próximas horas por ordem de um tribunal da Turquia, ao fim de 79 dias em greve de fome na prisão.

Guven, de 55 anos, foi presa há um ano por criticar a operação militar turca na cidade síria de Afrin, de maioria curda, e protestava contra as condições de detenção do líder histórico das milícias do PKK, Abdullkah Öcalan.

A notícia da libertação foi avançada pela filha, Sabiha Temizkan, através do Twitter. Numa das mensagens mais recentes, Temizkan diz que está às portas da cadeia a aguardar a libertação da mãe.

A deputada do Partido Democrático do Povo (HDP, na sigla em turoc), pró-curdo, é também uma das líderes do Congresso para uma Sociedade Democrática, um grupo de representantes de partidos políticos, advogados e activistas dos direitos humanos que é acusado pelo Governo turco de ter ligações às milícias do PKK.

Segundo a sua filha, o estado de saúde de Leyla Guven​ é muito preocupante – desde o dia 8 de Novembro que só ingeria açúcar, líquidos com sal e vitamina B, e sofria de náuseas, febre, fortes dores de cabeça, insónia e pressão arterial instável.

No último fim-de-semana, milhares de pessoas manifestaram-se na cidade de Diyarbakir pela libertação de Guven, e centenas de presos políticos iniciaram também uma greve de fome em solidariedade com a deputada curda.

O objectivo de Guven era alertar para as condições em que o histórico líder das milícias PKK está preso desde 1999. A deputada considera que o isolamento e a ausência de visitas é um obstáculo à criação de condições para que haja paz na Turquia.

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