Nove mortos e 300 desaparecidos após colapso de barragem em Minas Gerais

Trabalhadores foram levados por "mar de lama". Hipóteses de encontrar sobreviventes “são mínimas”, diz governador.

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Força dos resíduos foi suficiente para destruir edifícios epa/PAULO FONSECA
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EPA/bombeiros de Minas Gerais
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Ricardo Moraes

Um conjunto de três barragens rebentou nesta sexta-feira em Brumadinho, em Belo Horizonte, no estado brasileiro de Minas Gerais. As imagens aéreas, partilhadas pela Globo, mostram um "mar de lama" e casas destruídas na região do Córrego do Feijão. Há nove mortos confirmados e quase 300 desaparecidos.

Entre as 189 pessoas resgatadas, nove foram retiradas da lama e cerca de uma centena estava em pequenas "ilhas". 

O governador de Minas Gerais disse que as hipóteses de encontrar sobreviventes “são mínimas”.

De acordo com as forças de segurança, o colapso inicial levou a que duas outras barragens também não resistissem, aumentando a força destruidora das lamas. Todas pertencem à empresa de mineração Vale.

A empresa fez saber que a lama atingiu a “área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco”. A prioridade, diz um comunicado, é “preservar e proteger a vida de empregados e da comunidade”. 

Em declarações à Globo, Fabio Schvarstman, o presidente da empresa, disse desconhecer ainda a extensão e as causas da tragédia. Citado pela Reuters, o presidente da Vale explicou que os desaparecidos estavam no refeitório a almoçar, quando as lamas soterraram o edifício.

Cerca de duas mil habitações ficaram sem energia na região e a empresa de abastecimento de água em Minas Gerais parou a captação no rio Paraopeba. Apesar da interrupção, o abastecimento foi garantido através de outras fontes.​

O Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, anunciou que visita a zona da tragédia domingo. "Existem dois gabinetes de crise, um deles na região, para vermos as medidas que conseguiremos adoptar em busca de uma solução", disse Bolsonaro. 

Em 2015, o colapso da barragem de Fundão fez 19 mortos em Bento Rodrigues, também em Minas Gerais. Foi considerada a maior catástrofe ambiental do país.

Marina Silva, ex-ministra do Ambiente e candidata nas presidenciais de 2018, criticou, no Twitter, a forma como as empresas privadas exploram as minas, afirmando que cometeram os mesmos erros que levaram à catástrofe de 2015.

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