Stephen King "salvou o dia" de um jornal através do Twitter

O escritor norte-americano respondeu ao desafio lançado pelo jornal da sua terra natal e angariou os assinantes necessários para financiar a continuidade da secção de crítica literária.

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O escritor tem mais de cinco milhões de seguidores no Twitter Mike Segar

À semelhança do que se passa um pouco por todo o mundo, um jornal local norte-americano viu-se obrigado a efectuar cortes financeiros para suportar as despesas de funcionamento e decidiu aplicá-los encerrando a secção de crítica literária onde se apreciavam obras de escritores da região. Esta história seria igual a tantas outras não fosse a intervenção do escritor Stephen King, que, através de uns quantos tweets, reuniu novos assinantes para que o jornal não acabasse com a secção.

Quando o Portland Press Herald delineou o plano financeiro para 2019, um dos editores informou os colaboradores que asseguravam a escrita dessas críticas de livros que o pequeno órgão de informação local não tinha fundos para continuar a pagar pelos seus serviços. Alguns deles juntaram-se e lançaram uma petição reivindicando uma mudança de posição da direcção, mas sem sucesso.

No entanto, tudo mudou quando o escritor norte-americano anunciou no Twitter que o Portland Press Herald, um dos principais órgãos de comunicação da região onde vive, iria acabar com essa secção dedicada a livros de escritores do estado do Maine.

Na rede social, Stephen King pedia ao jornal: “NÃO FAÇAM ISSO”, entre apelos para que os utilizadores do Twitter partilhassem a mensagem, fossem ou não residentes no Estado do Maine. Os seguidores do escritor depressa fizeram chegar a mensagem a mais de 8 mil pessoas.

O jogo mudou quando o jornal local notou que o famoso escritor tinha publicado na rede social esse tweet expressando o seu descontentamento com a decisão tomada e, como resposta, a direcção do jornal desafiou Stephen King a ajudá-la a angariar novos assinantes para cobrir os custos da secção.​ Numa jogada bem orquestrada, a directora do jornal, Lisa Desisto, lançou uma campanha promocional, que oferecia uma subscrição de 12 semanas por apenas 15 euros. Como códigos, os novos subscritores usariam as palavras "King" e "Carrie", em alusão ao escritor e ao seu primeiro livro publicado.

“Estes são tempos desafiantes para os jornais”, escreveu o jornal local, deixando em seguida o repto: “Se nos conseguires 100 assinantes, iremos reincorporar a crítica de livros imediatamente. Usa o código promocional KING. Combinado?”.

O jornal mandou e Stephen King fez acontecer. Pouco depois do anúncio na rede social do escritor, o Portland Press Herald anunciou que tinha subscrições mais do que suficientes para cumprir o seu objectivo de manter a secção de crítica literária e que voltaria a restabelecê-la a partir da próxima semana.

Cliff Schechtman, editor do jornal, confirmou que conseguiram “quase 250 novos assinantes” graças ao apelo do escritor. O jornalista do órgão de comunicação local contou à AFP que sabia que envolver Stephen King “teria impacto” e que se questionou se “poderia usar a influência do escritor para apoiar o jornalismo local”.

“O sector vive mudanças consideráveis”, referiu o editor, não sem antes sublinhar que o apelo, “neste caso, teve um final feliz”. O escritor escreveu de volta aos seus seguidores, agradecendo-lhes por terem contribuído para manter um importante suplemento do jornal local. “Vocês salvaram o dia. Há países em que as artes são consideradas vitais. É pena que este não seja um deles”, acrescentou em tom de crítica.

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