A líder da oposição segundo Costa

Nos debates quinzenais, é com Assunção Cristas que as conversas mais facilmente azedam e que as discussões são mais acesas.

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Assunção Cristas na AR Nuno Ferreira Santos

Rui Rio assumiu a liderança do maior partido da oposição mas, no Parlamento, onde o social-democrata não tem assento, António Costa escolheu Assunção Cristas como líder dessa mesma oposição. Nos debates quinzenais, é com a centrista que as conversas mais facilmente azedam e que as discussões são mais acesas. Fora da Assembleia, num comício do PS, o secretário-geral dos socialistas chegou a referir-se à líder do CDS como “aquela senhora” e foi duramente criticado.

Mas se Costa trata Cristas com a virulência com que se trata o chefe da oposição, isso não será alheio ao facto de a centrista se ter assumido como a única alternativa ao PS. E a verdade é que a líder do CDS não faz pausas nos ataques ao Governo. No Correio da Manhã, escreve frequentemente artigos críticos que irritam o primeiro-ministro. “Vossa excelência, ao estar na política como está, é que se desqualifica para qualquer consenso”, disse Costa num debate, acusando Cristas de se servir dos “artigozinhos que publica na comunicação social” para “recorrer ao insulto”.

A postura pública que António Costa mantém relativamente a Rui Rio é distinta. Ao longo deste último ano, poucas vezes se ouviu o primeiro-ministro criticar o líder do PSD e vice-versa. Pelo contrário, antes de Rio tomar posse, Costa ligou-lhe a felicitá-lo pela eleição e disse que não iria ser difícil para ele fazer melhor do que Pedro Passos Coelho. Recorde-se ainda que, enquanto líder, Rio encontrou-se primeiro com Costa e só depois com Cristas e que chegou a assinar dois acordos com o Governo sobre descentralização e fundos estruturais.

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