McJesus crucificado em museu irrita cristãos israelitas

A comunidade católica na região de Haifa assaltou um museu e roubou peça polémica de uma exposição contemporânea sobre religião e fé cristã. Três polícias ficaram feridos.

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O Museu de Arte de Haifa, a norte de Israel, foi assaltado na passada sexta-feira por centenas de pessoas à pedrada, três policias ficaram feridos. Segundo o diário Haaretz, citado pelo El País, a obra de arte McJesus, do artista finlandês Jani Leinonen que foi roubada gerou revolta entre a comunidade cristã daquela região, que queria ver o objecto destruído.

A peça, que exibe a mascote da McDonalds cruxificada na cruz, no lugar de Jesus Cristo, estava exposta naquele museu desde Agosto de 2018. E a exposição deverá ficar patente até 17 de Fevereiro.

A mostra tematiza, diz a página do museu, "as respostas dos artistas contemporâneos a assuntos de religião e fé na actual realidade global". No entanto, representantes da Igreja Católica na Terra Santa pediram que esta e outras peças de arte fossem retiradas do museu por serem ofensivas. Há bonecas Barbie a representar a figura da Virgem Maria e o seu parceiro, Ken, também crucificado como Ronald McDonald, que também criaram polémica entre os cristãos.

"Entendemos que a exposição pretende criticar a sociedade de consumo e estamos com essas críticas. No entanto, o uso indevido dos factos mais importantes da nossa religião cristã é inaceitável para muitos cristãos e não-cristãos", disse a Assembleia Ordinária de Católicos da Terra Santa em comunicado. "Deploramos esse comportamento para o maior símbolo do cristianismo de uma instituição que visa servir todos os cidadãos", acrescentam.

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Representantes católicos atribuem culpas ao município de Haifa, liderado por Einat Kalisch-Rotem. A autarquia defendeu que se deve "destacar a importância da convivência entre os componentes nacionais, étnicos e religiosos da cidade" em demografias mistas com maioria Cristãos entre os árabes israelitas. "Estamos a procurar uma solução que garanta o respeito pelos símbolos religiosos", conclui a declaração.

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