Benfica deixou o Santa Clara KO e subiu ao segundo lugar

Os lisboetas derrotaram os açorianos e ultrapassaram o Sp. Braga na classificação. Bruno Lage, treinador interino, somou o segundo triunfo.

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O Benfica foi mais forte do que o Santa Clara LUSA/EDUARDO COSTA

Ninguém o assume, mas parece claro que a longevidade de Bruno Lage como treinador do Benfica está indexada às vitórias que conseguir. E a verdade é que, desde que Rui Vitória deu o lugar ao interino candidato a definitivo, os “encarnados” já vão em dois triunfos consecutivos, depois de terem vencido nesta sexta-feira em São Miguel, frente ao Santa Clara, por 0-2. Como extra, subiram ao segundo lugar, às custas do empate do Sp. Braga em Portimão. E os lucros podem não ficar por aqui, consoante o resultado do clássico de sábado, em Alvalade, entre Sporting e FC Porto.

Com alguma graça, João Henriques, o técnico do Santa Clara, tinha comparado este jogo ao combate entre Rocky Balboa e Ivan Drago no quarto capítulo da interminável saga “Rocky”. Henriques via o Santa Clara como Rocky, o herói americano que, contra todas as probabilidades, iria derrotar o invencível gigante soviético (o Benfica), num épico combate em Moscovo (São Miguel). Como quase sempre aconteceu nos filmes da saga, Rocky levava um enxerto de porrada até ficar com os olhos inchados e os lábios rebentados, mas emergia como vencedor no último assalto. Em São Miguel, não houve reviravoltas épicas, nem triunfos milagrosos. Ganhou o gigante favorito que dominou desde o primeiro assalto, mantendo-se a tendência de os açorianos não derrotarem os benfiquistas (foi a sétima derrota em oito jogos).

Para esta segunda partida como treinador do Benfica, Lage mudou algumas peças, promovendo as entradas de Gabriel e Zivkovic para os lugares de Cervi e Salvio. Os “encarnados” foram uma equipa dinâmica e dominadora desde o primeiro minuto, sem permitir grandes veleidades a um Santa Clara muito limitado nas suas opções, sobretudo pela ausência de Rashid (na Taça asiática) e pela venda de Fernando Andrade ao FC Porto.

Não demorou muito tempo até funcionar o marcador. Depois de várias ameaças, o Benfica chegou à vantagem aos 22’. Do seu meio-campo, André Almeida lançou Seferovic e o suíço aproveitou a escorregadela de Fábio Cardoso para cavalgar até à área e marcar o golo, o seu décimo da época. Depois de tantas dúvidas sobre a sua continuidade no início da época, que se avolumaram com as contratações caras de Castillo e Ferreyra mais a renovação milionária com Jonas, Seferovic está a mostrar-se bem mais que um jogador útil: começa a ser decisivo.

A verdade é que muito do ataque do Benfica passou pelos pés do suíço, sempre a distribuir bem o jogo para os seus colegas, sendo que, desta vez, o jovem João Félix foi menos eficaz do que tinha sido frente ao Rio Ave na jornada anterior. Mas o final de tarde frio no meio do Atlântico foi de inspiração para outro dos mal-amados na Luz. Deslocado para uma das alas, Pizzi foi uma fonte constante de problemas para os açorianos e, aos 42’, provocou mais uma asneira de Fábio Cardoso. O médio benfiquista foi com a bola controlada até à área e caiu por acção do central.

A primeira reacção do árbitro João Capela foi marcar penálti, uma decisão que foi convertida em livre directo e expulsão por vermelho directo do central da casa. Nada resultaria do livre, mas a tarefa benfiquista contra o Rocky dos Açores ficava mais fácil.

A segunda parte abriu praticamente com o 0-2 de Jardel (48’), na sequência de um canto, uma redenção para o brasileiro depois do autogolo em Portimão. E se ainda tinha conseguido alguma reacção depois do primeiro golo — um belo remate de Lamas para uma boa defesa de Vlachodimos —, o Santa Clara já não teve capacidade para ir em busca do milagre. Teria sido verdadeiramente épico, como “Rocky” contra Apollo Creed, Clubber Lang e Drago, mas já estava KO bem antes de o combate acabar.

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