Confiança dos consumidores e empresários volta a cair

Tendência de deterioração das expectativas manteve-se nos últimos meses do ano, confirmando sinais de abrandamento da economia.

Foto
Confiança dos consumidores portugueses está a diminuir xx direitos reservados

Os níveis de confiança revelados pelos consumidores e empresários portugueses mantiveram, nos últimos meses de 2018, a trajectória descendente iniciada em meados do ano, confirmando os sinais de abrandamento económico que se têm vindo a intensificar nos últimos meses.

De acordo com os dados publicados esta quinta-feira pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), o indicador de confiança dos consumidores caiu nos últimos três meses de 2018 para uma média de -2,2 pontos, quando no período de Setembro a Novembro tinha sido de -1,8 pontos.

Este indicador manteve assim a trajectória descendente que tinha iniciado em Maio, período em que tinha registado um valor positivo de 3,3 pontos. O INE diz que “a evolução do indicador resultou do contributo negativo das perspectivas relativas à evolução da situação económica do país, da situação financeira do agregado familiar e da poupança”.

No indicador de clima económico — que mede as expectativas dos empresários nos sectores da indústria, comércio, serviços e construção — também se voltou a registar uma diminuição, tendência que se verifica desde meados do ano. Neste caso, contudo, os resultados foram diferentes consoante o sector de actividade analisado, tendo os indicadores de confiança diminuído no comércio e nos serviços e aumentado na indústria transformadora e na construção e obras públicas.

A segunda metade do ano passado foi de abrandamento da actividade económica em Portugal, em sintonia com a conjuntura económica mais negativa a que se está a assistir no resto do mundo e em particular na zona euro. Os mais recentes sinais de abrandamento têm mesmo motivado uma evolução muito negativa dos mercados accionistas mundiais, com desvalorizações nas acções das bolsas de todo o mundo.

Entidades como o Fundo Monetário Internacional ou a Comissão Europeia têm vindo a rever em baixa as suas perspectivas para a economia mundial, traçando um cenário de abrandamento este ano face a 2018.

Para Portugal, em 2019, as perspectivas são de um ritmo de crescimento económico mais baixo, de acordo com as previsões realizadas por instituições nacionais e internacionais. Em Dezembro, o Banco de Portugal reviu em baixa as suas projecções de crescimento, apontando agora para variações do PIB de 2,1% em 2018 e de 1,8% em 2019. No OE, o Governo está mais optimista, antecipando um crescimento de 2,2% este ano.

Sugerir correcção
Ler 2 comentários