Governante apela contra "comportamentos negligentes" na estrada

Secretário de Estado da Protecção Civil não escondeu preocupação face ao número de acidentes e de vítimas mortais ocorridos este mês.

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Secretário de Estado da Protecção Civil participou numa operação se sensibilização de automobilistas Paulo Pimenta

O secretário de Estado da Protecção Civil pediu neste sábado aos automobilistas que se abstenham de "comportamentos negligentes", nomeadamente velocidade excessiva, uso do telemóvel e condução sob efeito de álcool, as principais causas de morte nas estradas portuguesas.

"O melhor presente neste período festivo que todos nós podemos oferecer aos nossos familiares e aos nossos amigos é mesmo estarmos presentes. Daí o apelo que estamos a fazer para todos evitarem comportamentos negligentes", disse José Artur Neves, que falava aos jornalistas após participar numa acção de sensibilização dos condutores, realizada na portagem da A1 nos Carvalhos, Vila Nova de Gaia, no âmbito da operação Ano Novo da GNR.

O secretário de Estado da Protecção Civil - que participou directamente na sensibilização de alguns condutores, distribuindo-lhes um panfleto que recorda os 59 mortos registados nas estradas nacionais em Dezembro do ano passado - manifestou "preocupação" com os números mais recentes da sinistralidade viária, que "estão em linha com os de 2017".

"Constituem uma preocupação", insistiu, "daí a mobilização que estamos a fazer". Segundo a GNR, durante a operação Natal Tranquilo, que decorreu entre 21 e 26 de Dezembro, registaram-se 1360 acidentes de onde resultaram 15 mortos (mais do dobro da operação do ano passado), 29 feridos graves e 449 feridos ligeiros.

A operação do Natal deste ano, que durou mais um dia do que a de 2017, foi mais negativa a todos os níveis: mais 313 acidentes rodoviários, mais oito vítimas mortais, mais cinco feridos graves e mais 112 feridos ligeiros

Já na última sexta-feira, primeiro dia da operação de trânsito Ano Novo, que vai estender-se até quarta-feira, com um reforço do patrulhamento nas vias de maior tráfego nesta altura do ano, foram registados 257 acidentes, de que resultaram três mortos (distritos de Aveiro, Leiria e Vila Real), cinco feridos graves e 80 ligeiros.

Nas fiscalizações efectuadas na sexta-feira, os 1400 militares envolvidos na operação detectaram 700 condutores em excesso de velocidade, 81 guiando sob efeito de álcool, 107 sem cinto e 55 sem carta. Também foram detectados 129 veículos sem a inspecção obrigatória actualizada, segundos fornecidos hoje na portagem dos Carvalhos pelo capitão da GNR Nuno Alves.

Questionado pelos jornalistas sobre a sinistralidade em meio urbano, José Artur Neves disse tratar-se de outra "preocupação" das autoridades. "No passado, cerca de 77% dos acidentes com vítimas deram-se dentro das localidades", recordou, sublinhando o trabalho "que tem vindo a ser desenvolvido" com comunidades intermunicipais e municípios "no sentido de se seguirem normas técnicas de arranjos urbanísticos capazes de evitar que o automóvel e o peão coexistam em situação de risco".

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