Poder de compra em Portugal desce para 76,6% da média europeia

Em 2017, o poder de compra dos portugueses caiu para 76,6% da média da União Europeia, segundo o INE. Já o Eurostat revelou que o consumo individual dos portugueses atingiu 82% da média da UE no mesmo período.

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Na zona euro, poder de compra dos portugueses só era superior ao de eslovacos, gregos e letões Paulo Pimenta

O poder de compra em Portugal fixou-se em 76,6% da média da União Europeia em 2017, abaixo do ano anterior (77,2%), ocupando o 16º. lugar entre os países da zona euro, divulgou nesta quinta-feira o Instituto Nacional de Estatística (INE).

De acordo com o INE, o Produto Interno Bruto (PIB) per capita expresso em Paridades de Poder de Compra (PPC) no ano passado foi inferior em 0,8 pontos percentuais ao verificado em 2016.

Entre os 37 países analisados, o INE destaca que a dispersão é “muito significativa”, entre o Luxemburgo (com 253% da média da UE) que apresenta o maior índice de volume, ou seja, mais de duas vezes e meia acima da média da UE28 e cerca de cinco vezes maior que o da Bulgária (com 49,3%), o país da UE com o valor mais baixo. Em último lugar da lista surge a Albânia, com 30,5%, um dos países que também consta da análise.

Considerando apenas os 19 Estados-membros que integram a zona euro, Portugal ocupava em 2017 a 16.ª posição, abaixo da Estónia (78,8%), da Lituânia (78,4%) e à frente da Eslováquia (76,2%), Grécia (67,2%) e Letónia (66,8%).

Em termos nominais, o PIB per capita de Portugal em 2017 apresentou um crescimento positivo (4,6%), determinado pelo aumento nominal do PIB (4,6%) e pela diminuição da população (-0,24%).

Relativamente à despesa de consumo individual per capita (DCIpc), que o INE refere como sendo um indicador mais apropriado para reflectir o bem-estar das famílias, o posicionamento relativo de Portugal é superior à indicada pelo PIB per capita no conjunto dos países considerados, ocupando a 13ª posição entre os países da zona euro.
Entre 2016 e 2017, a DCIpc medida em paridades de pode de compra fixou-se em 82,2% da média da UE, mantendo-se praticamente ao mesmo nível de 2016.

O INE adverte que estes resultados “devem ser analisados com prudência, particularmente em termos de evolução temporal, uma vez que ao longo do tempo verificam-se alterações de diferente natureza, nomeadamente ao nível da selecção do cabaz comum de bens e serviços em comparação, dos métodos e fontes dos preços utilizados no exercício PPC e da substituição de valores preliminares por definitivos da contabilidade nacional”.

Portugueses consomem menos que a média

Dados divulgados esta quinta-feira pelo Eurostat revelaram também que Portugal teve um consumo individual efectivo per capita abaixo da média da UE (82%) em 2017, ocupando o 18º. lugar de uma tabela que varia entre os 54% (Bulgária) e os 132% (Luxemburgo).

Segundo o gabinete de estatística da UE, Portugal está no grupo de 13 Estados-membros com um consumo efectivo individual (CEI) situado entre a média da UE e 30% abaixo desta, encabeçado pela Itália (98%) e que termina na Estónia (72%).

Dez países apresentaram um CEI acima da média da UE, com o Luxemburgo à cabeça (132%) e outros tantos apresentaram consumos privados mais de 30% abaixo da média, estando a Bulgária no fim da lista (54%).

O CEI per capita é um indicador do nível de bem-estar material das famílias e que quantifica os bens e serviços efectivamente consumidos pelos indivíduos, independentemente de esses bens e serviços serem adquiridos e pagos pelas famílias, pelo Estado, ou por instituições sem fins lucrativos.

No que respeita ao Produto Interno Bruto (PIB) per capita, Portugal teve, segundo a estimativa para 2018, uma prestação abaixo da média (77%), sendo o Luxemburgo o país mais rico da UE (253%) neste indicador e a Bulgária o mais pobre (49%).

O PIB per capita é utilizado como indicador do nível de bem-estar do país.