Futuro ministro do Ambiente do Brasil acusado de crimes eleitorais

Ricardo Salles, que foi candidato a um lugar de deputad federal, é suspeito de ter feito propaganda quando esta estava proibida. É pedida a sua inelegibilidade.

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Ricardo Salles ADRIANO MACHADO/Reuters

Ricardo Salles, indicado para o cargo de ministro do Ambiente do Governo do Brasil na presidência de Jair Bolsonaro, foi acusado pelo Ministério Público Eleitoral de abuso de poder económico e uso indevido de meios de comunicação. É pedida a sua inelegibilidade durante oito anos. 

Os crimes foram identificados pelo organismo que investiga irregularidades eleitorais foram cometidos, segundo o MPE, na campanha para o cargo de deputado federal, a que Salles se candidatou por São Paulo não tendo sido eleito. 

A acusação diz que Ricardo Salles contratou anúncios publicitários no jornal Estado de S. Paulo, entre 30 de Maio e 22 de Julho deste ano, para promover a sua candidatura pelo Partido Novo, quando segundo as regras do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a propaganda eleitoral só era permitida a partir de 16 de Agosto. Dessa forma, as publicações de Salles violaram a lei eleitoral, por se tratar de propaganda antecipada.

Nos anúncios mostradas fotografias com destaque para a figura de Ricardo Salles, acompanhadas da identificação ou assinatura “Ricardo Salles – Presidente do Movimento Endireita Brasil”. O valor pago pelos anúncios foi de 260 mil reais (cerca de 59 mil euros).

Durante a campanha eleitoral, parte do material propagandístico de Ricardo Salles causou polémica ao incitar ao uso de armas de fogo “contra a esquerda", conforme é vísivel nos cartazes.

Estas acusações vêm agora juntar-se a uma outra, datada de Fevereiro de 2017, em que Salles é investigado por suspeita de ocultação de alterações num mapeamento ambiental do rio Tietê, na Grande São Paulo, durante o período em que foi secretário de Meio Ambiente do Governo estadual durante a gestão de Geraldo Alckmin.

O Presidente eleito do Brasil, Jair Bolsonaro, que sempre assumiu uma retórica de combate ao crime, tem agora parte do futuro executivo investigado por suspeitas de vários crimes: Luiz Henrique Mandetta, Tereza Cristina, Onyx Lorenzoni, Paulo Guedes, Marcos Pontes, e agora Ricardo Salles, já foram alvo de denúncias.

Bolsonaro e o seu executivo tomam posse no dia 1 de Janeiro.

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