Petróleo atinge novo mínimo e cai para menos de 50 dólares

O preço do crude caiu para menos de 50 dólares por barril pela primeira vez no último ano. O "ouro negro" não negociava a valores tão baixos desde Outubro de 2017.

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A queda do preço do "ouro negro" preocupa a economia da Arábia Saudita Reuters/Pilar Olivares

O preço das cotações do barril de crude norte-americano quebrou a barreira dos 50 dólares e recuou aos mínimos registados em Outubro de 2017. O preço do West Texas Intermediate (WTI) desvalorizou para os 49,80 dólares, negociando a menos 1,8% em relação à última sessão, detalha a Bloomberg.

Também o preço do barril de petróleo “Brent”, que serve de referência para as importações portuguesas, está a negociar para 57,50 dólares por barril, um mínimo que já não acontecia há mais de um ano.

A queda do preço do petróleo acontece em véspera do encontro entre os líderes do G20 (que reúne as maiores economias do planeta e as novas potências emergentes) em Buenos Aires, que deverão incluir negociações com a Rússia e a Arábia Saudita em relação ao mercado petrolífero. A descida acontece depois de o Presidente russo Vladimir Putin ter afirmado que a Rússia (um dos principais produtores de petróleo) está “totalmente confortável” com o preço do barril de petróleo nos 70 dólares. Já a Arábia Saudita, cuja economia depende da exportação de petróleo, tem defendido um corte na produção.

No início deste ano, um grupo de analistas estimava que a cotação do preço do barril de petróleo se manteria entre os 65 e os 70 dólares.

Na segunda-feira, o secretário-geral da Organização dos Produtores de Petróleo Africanos (APPO), Mahaman Laouan Gaya, defendeu que a lei da oferta e da procura já foi ultrapassada por questões geoestratégicas na definição do preço do petróleo nos mercados internacionais.

“Agora já não se depende dos fundamentos do mercado. A teoria da procura e da oferta, que tem determinado o preço do petróleo foi ultrapassada pela geopolítica e é isso que tem levado à subida e à descida dos preços do petróleo. Temos de saber lidar com isso. Torna-se difícil para nós, agora, saber se amanhã o preço sobre ou desce”, argumentou o economista nigeriano, em declarações à agência de notícias Lusa.

“O mais importante não é os preços subirem e descerem. O mais importante é a gestão desses recursos. Se existir uma boa governação do sector de petróleo isso é o mais importante para os nossos países. Por isso, temos de estar preparados. Todas as matérias-primas têm os preços a subir e a descer. Temos de estar preparados para todas as eventualidades e de manter as nossas economias saudáveis para que possam sobreviver às descidas”, vincou.

A Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP) estima que a procura do seu petróleo cairá 1,1 milhões de barris por dia em 2019, de 32,6 milhões de barris por dia para 31,5 milhões. 

Há duas semanas, a ANTRAM – Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias questionou o Governo português sobre a manutenção dos preços dos combustíveis num cenário de descida de preço do barril do petróleo.

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