Tribunal restitui temporariamente acreditação de jornalista da CNN suspensa por Trump

A decisão surge na sequência do processo judicial movido pela CNN contra Trump, contestando a proibição de acesso de Jim Acosta, correspondente do canal, à Casa Branca.

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Momento em que se deu o desentendimento entre Acosta e Trump Reuters/Jonathan Ernst

Um juiz norte-americano restituiu temporariamente a acreditação ao correspondente da CNN na Casa Branca, Jim Acosta, que fora retirada na semana passada pelo Presidente Donald Trump.

A decisão surgiu na sequência do processo judicial movido pela CNN contra a Casa Branca e contra Trump contestando a suspensão do jornalista. O responsável pela restituição temporária foi o juiz federal Timothy Kelly - que deve a nomeação ao Presidente Trump.

O juiz fez questão de frisar que a sua decisão não significa que aceitou que a Primeira Emenda da Constituição norte-americana, que garante a liberdade de expressão e de imprensa, tenha sido violada, como argumentam a CNN e o jornalista Jim Acosta, e que a Casa Branca ainda pode recorrer. "Quero sublinhar a natureza muito limitada desta setença", disse o juiz Timothy Kelly, citado pelo New York Times.

A decisão de Trump fica sem efeito enquanto o caso não é julgado nos tribunais.

O desentendimento entre o Presidente dos Estados Unidos e Acosta deu-se durante uma conferência de imprensa de Trump para reagir aos resultados das eleições para o Congresso. Quando o correspondente da CNN tentou fazer uma pergunta sobre a investigação às suspeitas de interferência russa nas presidenciais de 2016, o Presidente disse “já chega” e deu ordem para que fosse retirado o microfone ao jornalista.

Depois, surgiu a informação que a acreditação de Acosta tinha sido retirada, decisão que foi contestada pela maioria dos órgãos de comunicação social norte-americanos e pela Associação de Correspondentes da Casa Branca.

“Vamos lá regressar ao trabalho”, disse Acosta aos jornalistas, citado pela Reuters, à saída da audição no tribunal.

Em comunicado, a CNN disse que quer “uma resolução completa nos próximos dias” e agradeceu a todos “que apoiaram não só a CNN, mas uma livre, forte, e independente imprensa americana”.

A Casa Branca reagiu em comunicado, afirmando que aceita a decisão do tribunal e que por isso vai devolver a credenciação de foram temporária. Porém, informou que vai desenvolver as regras e procedimentos de forma a garantir que as conferências de imprensa decorram de forma justa e ordeira no futuro.

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