O melhor e o segundo pior de França lutam pela sobrevivência

PSG, líder perfeito da Ligue 1, e Mónaco, um dos últimos classificados, precisam de vitórias para não ficarem para trás na Liga dos Campeões.

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Reuters/ERIC GAILLARD

Já não faltará muito tempo até o PSG renovar o seu título de campeão francês, tendo em conta o seu domínio interno absolutamente esmagador, com 12 vitórias em 12 jogos. Nem o Lille, que era o segundo classificado, conseguiu parar os parisienses neste fim-de-semana. Se o PSG está a ser brilhante, o Mónaco está a ser horrível e, mesmo depois de mudar de treinador, os resultados continuam maus, ao ponto de estar em zona de despromoção e sem luz visível ao fundo do túnel. Mas, com todo o seu domínio interno, o PSG continua engasgado na Liga dos Campeões e a sua qualificação não é um dado adquirido no Grupo C. Com todas as suas penas domésticas, o Mónaco ainda pode sonhar com alguma coisa no Grupo A, embora o apuramento não seja provável ou, até, uma prioridade.

Claro que o PSG está longe de jogar já hoje o tudo ou nada no San Paolo, frente ao Nápoles (20h), mas as contas do agrupamento não estão fáceis para os parisienses e podem ficar mais difíceis em caso de derrota. O Liverpool continua no comando, com seis pontos, e deve somar mais três nesta jornada em Belgrado, frente ao Estrela Vermelha, enquanto o Nápoles segue em segundo, com cinco, e a querer alcançar em casa o que falhou na jornada anterior no Parque dos Príncipes, onde só um grande golo de Ángel di María, em cima dos 90’, salvou o PSG de mais uma derrota.

Dar dimensão europeia a um PSG que deixou de ter concorrência interna é o principal objectivo dos seus donos milionários, do Qatar, mas tem sido uma intenção frustrada, apesar dos investimentos que levaram jogadores como Neymar ou Mbappé para a capital francesa. “Esta equipa já é um produto acabado que quer vencer a Champions. O PSG está entre as equipas mais fortes da Europa”, reconhece Carlo Ancelotti, o italiano que está no comando do Nápoles e que já orientou a formação parisiense entre 2011 e 2013. Se o PSG fracassar, mais uma vez, na Champions, é bem provável que Thomas Tuchel, o alemão contratado para fazer os parisienses darem o salto, fique com o lugar em risco.

“Buraco cada vez maior”

Ao contrário do PSG, a Champions andará bem longe das prioridades do Mónaco, cujo objectivo realista é manter-se na Ligue 1, onde ocupa o penúltimo lugar, com os mesmos pontos (sete) do último classificado. Ainda não fez efeito a troca de Leonardo Jardim por Thierry Henry, que leva dois empates e duas derrotas em quatro jogos, e o antigo internacional francês, na sua primeira experiência como treinador principal, já parece desesperado. “Os meus jogadores recusam-se a jogar. É uma situação difícil e ainda há muito a melhorar. O buraco é cada vez maior”, diz Henry, que terá hoje pela frente, em casa (17h55), o Brugges, adversário com o qual empatou (1-1) na jornada anterior.

Os monegascos têm apenas um ponto e estão muito longe dos pesos pesados do grupo, o Borussia Dortmund (nove) e o Atlético Madrid (seis), e uma eliminação na fase de grupos até pode ser uma bênção, permitindo que a equipa se foque apenas na luta pela manutenção na Ligue 1, prova na qual já não ganha desde a primeira jornada.

O Mónaco está a pagar o preço do seu modelo de negócio — vender os melhores jogadores por centenas de milhões e não reinvestir parte desta verba para manter a equipa competitiva. E assim, depois de cinco temporadas em que terminou nos três primeiros (com um título de campeão incluído), apresentando um futebol espectacular e goleador que maravilhou a Europa, o Mónaco é uma equipa em modo sobrevivência.

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