Henry está confirmado no Mónaco e terá adjunto português

Sucessor de Leonardo Jardim na equipa francesa já foi oficializado.

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Foi onde começou a sua carreira profissional como jogador e será o seu primeiro emprego como treinador principal. Vinte e seis anos depois de ter chegado, ainda adolescente, ao principado, Thierry Henry foi anunciado como o novo treinador do Mónaco, substituindo no cargo o português Leonardo Jardim. O antigo internacional francês assinou um contrato de três temporadas e leva consigo um português para adjunto, João Tralhão, que tem feito carreira na formação do Benfica, onde treinava nesta época a equipa sub-23.

Este convite de Henry a Tralhão não surge por acaso. Conheceram-se nas formações da UEFA realizadas no País de Gales entre 2016 e 2018, onde ambos completaram a licença de treinador Pro. Formado em Educação Física pela Faculdade de Motricidade Humana, com especialização em metodologia do treino de futebol, Tralhão, de 38 anos, esteve sempre ligado à formação do Benfica, chegando treinador da equipa de juniores em 2011-12 — foi campeão do em 2013 e 2018, para além de ter sido finalista vencido na UEFA Youth League em 2014 e 2017 — e sendo promovido a treinador dos sub-23 na primeira época da categoria, com os “encarnados” a liderarem actualmente a Liga Revelação.

Ao contrário do seu novo adjunto, a formação de Henry vem maioritariamente dos seus tempos como um dos melhores avançados das últimas décadas e da convivência com treinadores como Arsène Wenger e Pep Guardiola. Depois de cumprir os últimos anos da formação no Mónaco, contribuiu para o título de campeão dos monegascos e saiu em Janeiro de 1999 para a Juventus. Não se deu bem em Itália e, em Agosto desse ano, Arsène Wenger foi buscá-lo para o Arsenal, tornando-se no melhor marcador da história dos “gunners” (228 golos em 377 jogos) e figura maior em dois títulos da Premier League (2002 e 2004), entre outras conquistas.

Aos 30 anos, em 2007, Henry mudou-se para o Barcelona de Pep Guardiola, mas não atingiu o mesmo nível goleador, apesar de ter mantido o nível em termos de títulos (duas vezes campeão espanhol e uma Liga dos Campeões). Os Red Bulls de Nova Iorque seriam a sua última equipa, entre 2010 e 2014.

Henry também faria parte da geração dourada da França, sagrando-se campeão mundial em 1998 e campeão europeu em 2000, para além de ser ainda o melhor marcador da história dos “bleus” (51 golos) e o segundo mais internacional de sempre (123 jogos, apenas atrás dos 142 de Lilian Thuram).

Depois de terminar a carreira como jogador, Henry começou a fazer a formação como treinador, ao mesmo tempo que ia fazendo comentário na BBC, e, em 2016, foi escolhido para ser adjunto de Roberto Martínez na selecção belga. Começou por ser o treinador dos avançados e, recentemente, foi promovido a primeiro adjunto.

No Mónaco, que tem o português Rony Lopes como uma das grandes figuras, “Titi”, que rejeitou propostas do Bordéus e do Aston Villa, terá a difícil missão de inverter um mau início de época, que se traduz num 18.º lugar na Ligue 1 (uma vitória, três empates e cinco derrotas) e em zero pontos nas duas primeiras jornadas da Champions.

"Quero agradecer ao Mónaco o facto de me dar a oportunidade de treinar esta equipa, num clube que é tão especial para mim. Estou muito feliz com o regresso e determinado a enfrentar os desafios que temos adiante. Mal posso esperar para começarmos a trabalhar", declarou o treinador, ao site do clube. Ao seu lado, Henry ainda terá Patrick Ampadu, antigo jogador do Arsenal (fez dois jogos) e que trabalhava na academia dos “gunners” – tem um filho, Ethan, que joga no Chelsea e é internacional A por Gales.

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