Politécnico de Coimbra cria dispositivo inovador para identificar grupo sanguíneo

Com o novo dispositivo, desenvolvido pela Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Instituto Politécnico de Coimbra, "identificar o grupo a que pertence uma amostra de sangue poderá passar a ser um processo mais rápido, simples e económico".

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PÚBLICO

A Escola Superior de Tecnologia da Saúde do Instituto Politécnico de Coimbra (ESTeSC-IPC) está a desenvolver um dispositivo que permite identificar um grupo sanguíneo de um modo mais eficaz.

Segundo a ESTeSC-IPC, com o projecto do novo dispositivo, que foi distinguido com uma bolsa StartUp Voucher pelo IAPMEI - Agência para a Competitividade e Inovação, "identificar o grupo a que pertence uma amostra de sangue poderá passar a ser um processo mais rápido, simples e económico do que o actual".

"A ideia passa por criar uma microplaca que permitirá analisar 12 amostras de sangue em simultâneo, reduzindo, assim, para mais de metade, os custos com o procedimento de determinação sanguínea", explica a ESTeSC em comunicado enviado à agência Lusa.

A investigação está a ser desenvolvida por Cristiana Mourato (que em Julho terminou a licenciatura em Ciências Biomédicas Laboratoriais na ESTeSC) sob orientação do docente Fernando Mendes, com a colaboração de Diana Martins (docente da ESTeSC) e de Ricardo Teixo (investigador, mestre em Bioquímica pela Universidade de Coimbra). Segundo a nota, actualmente existem vários procedimentos para realizar análises de determinação sanguínea, mas "todos implicam a utilização de equipamentos onerosos e permitem apenas a observação [de] amostras isoladas".

Cristiana Mourato, citada no comunicado, salienta que "a CARD, que é a estratégia mais utilizada, implica a utilização de uma centrifugadora específica e dispendiosa, que só é utilizada neste tipo de análise". Agora, o dispositivo que está a ser desenvolvido "dispensa a utilização deste tipo de equipamentos adicionais, o que — a par com a possibilidade de analisar 12 amostras em simultâneo — permitirá reduzir significativamente os custos do procedimento". A microplaca permitirá "realizar a análise directa e reversa [células e plasma] do sangue em simultâneo", o que representa mais uma vantagem face aos equipamentos existentes, de acordo com Cristiana Mourato.

Com este projecto, "o processo passará a ser mais simples, económico e facilmente reprodutível". Com o apoio da bolsa StartUp Voucher, iniciada na sexta-feira, Cristiana Mourato dedicar-se-á em exclusivo e durante um ano ao desenvolvimento deste produto, sendo que o objectivo é "ter o dispositivo pronto a comercializar no final deste período". O projecto da ESTeSC já tinha conquistado, em 2017, o 2.º prémio do concurso regional Poliempreende e a fase final do concurso Arrisca C. Na semana passada, uma outra iniciativa do Politécnico de Coimbra foi notícia: a Escola Superior Agrária está a desenvolver um projecto-piloto com recurso a moscas para reaproveitar os resíduos nas cantinas. 

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