Lopetegui, o treinador que o Real Madrid despediu mais depressa

Santiago Solari assumirá o cargo temporariamente.

Foto
Julen Lopetegui Reuters/ALBERT GEA

Agora é oficial. Julen Lopetegui já não é treinador do Real Madrid. O técnico foi despedido nesta segunda-feira, depois de uma derrota de 5-1 contra o Barcelona, este domingo.

"O clube agradece a Julen Lopetegui e a toda a sua equipa técnica o esforço e o trabalho realizado e deseja-lhe uma boa carreira profissional", lê-se no comunicado publicado pelo clube espanhol no final desta segunda-feira e que não foi muito simpático para um treinador apresentado há pouco mais de quatro meses no Santiago Bernabéu depois de ter sido "arrancado" à selecção espanhola em pleno Mundial de futebol, motivando o seu despedimento por parte da Real Federação Espanhola de Futebol.

"A direcção considera que existe um grande desfasamento entre a qualidade do plantel do Real Madrid, que conta com oito jogadores nomeados para a Bola de Ouro, algo sem precedentes na história do clube, e os resultados obtidos até à presente data", pode ler-se no referido comunicado.

A pesada derrota em Camp Nou, frente ao rivais da Catalunha, foi a gota de água que fez transbordar um copo que se foi enchendo com os maus resultados e as exibições pouco convincentes do Real Madrid - quatro derrotas e um empate nas jornadas que antecederam o pesado desaire perante o "Barça" na Liga espanhola.

Lopetegui acabou por não ter capacidade para comandar um Real Madrid tricampeão europeu, nem conseguiu ultrapassar a aura de Zidane, anterior técnico e que bateu com a porta depois de conquistar o ceptro continental. Mas, Lopetegui, que passou pelo FC Porto na temporada de 2014-15 e metade da época seguinte e onde também acabou por ser despedido, foi vítima, sobretudo, da estratégia adoptada pelo Real de não encontrar um substituto à altura de Cristiano Ronaldo.

A saída do internacional português não foi devidamente acautelada pela gestão de Florentino Pérez, que optou por, quase não ir ao mercado: contratou "apenas" um guarda-redes de renome - Courtois -, o extremo brasileiro Vinícius Júnior, o lateral espanhol Odriozola e o avançado também espanhol Mariano Díaz. Sendo que deste lote, apenas o belga é titular indiscutível na baliza "merengue".

Os números, contudo, são fulminantes para Lopetegui, que passa a ser o treinador que menos tempo durou à frente do emblema madridista. Apenas José Antonio Camacho teve menos tempo a braçadeira de treinador - seis jogos na temporada 2004-05. Só que Camacho não foi despedido. Foi ele que bateu com a porta, queixando-se da forma como as coisas se estavam a passar no clube.

O Real Madrid atravessa actualmente aquela que é a sua pior crise de resultados desde 2009. Ocupa a nona posição na Liga espanhola, a sete do líder Barcelona, e está mais perto da zona de despromoção do que do topo da tabela.

Santiago Solári, que orientava a formação secundária do Real Madrid, será o treinador de forma interina até ser escolhido o técnico que substituirá Lopetegui à frente dos "merengues". O mesmo já havia sucedido, aliás, há três anos, aquando da passagem de testemunho de Rafael Benítez a Zinedine Zidane. 

Sugerir correcção
Ler 5 comentários