De Madrid a Lisboa, para apoiar os taxistas portugueses

José Antonio e colegas arrancaram às três da manhã de Madrid para chegar a tempo do protesto dos taxistas na Praça dos Restauradores, em Lisboa. Também eles são taxistas, no país vizinho. José pertence à associação Elite Táxis Madrid e considera que o problema dos veículos de transporte descaracterizados a partir de plataforma eletrónica (TVDE) “está a causar estragos a nível mundial”. Em Espanha, já só quem possui uma licença é que pode transportar passageiros. No entanto, José afirma que só recentemente se percebeu o “caos” causado por estas empresas de transporte privado e, consequentemente, a necessidade de as regulamentar. 

Os taxistas portugueses manifestam-se esta quarta-feira contra a entrada em vigor, no início de Novembro, da lei que regula as quatro plataformas electrónicas de transporte que operam em Portugal – Uber, Taxify, Cabify e Chaffeur Privé-, que consideram inconstitucional. O presidente da Federação Portuguesa do Táxi (FPT), Carlos Ramos, exige que a lei que regula as plataformas electrónicas de transporte privado de passageiros seja suspensa até que o Tribunal Constitucional se pronuncie sobre a constitucionalidade. 

O protesto consistiu numa paralização ao longo da Praça dos Restauradores, Avenida da Liberdade e Avenida da República. Representantes do sector do táxi foram recebidos pelo PS e PCP na Assembleia da República, pela hora de almoço. Enquanto o Partido Comunista informou que vai propor a revogação da lei que regula as plataformas electrónicas de transporte, os socialistas afirmaram que não vão pedir ao Tribunal Constitucional que a fiscalize, argumentando que é preciso ela entrar em vigor para se perceber que tipo de consequências poderá ter para o sector de táxis.