Rui Vitória pede “arrogância” para derrubar o Bayern pela primeira vez

Depois de superada uma pré-eliminatória e o play-off, os “encarnados” começam a caminhada na fase de grupos da Liga dos Campeões. Seferovic deverá jogar de início.

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Reuters/RAFAEL MARCHANTE

O debate que tem rodeado o Bayern Munique nos últimos dias na Alemanha não tem propriamente que ver com o encontro desta noite (20h, Eleven Sports), diante do Benfica. O que está no centro da discussão é o tipo de futebol praticado pelos adversários dos bávaros, a quem os responsáveis do clube têm apontado uma atitude demasiado agressiva. Mesmo que o campeão da Bundesliga esteja longe de ser a equipa com mais faltas sofridas na prova (ocupa o quarto lugar nesse ranking), a preocupação não deverá ser extensível à 1.ª jornada da Liga dos Campeões. No Estádio da Luz, o Bayern surge como o grande favorito do Grupo E, diante de um rival com o qual partilha um arranque de época promissor.

Nove jogos, seis vitórias e três empates. Este é o balanço até à data da temporada do Benfica, enquanto o do Bayern dá conta de cinco triunfos em outros tantos jogos, todos em contexto doméstico. No frente a frente entre ambos, o saldo é claramente desfavorável aos “encarnados”, que em oito jogos nunca venceram o rival (três empates e cinco desaires).

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Estas contas, porém, não terão grande peso quando a bola começar a rolar, o mesmo acontecendo com a hecatombe do Benfica na Champions de 2017-18, em que se limitou a coleccionar derrotas. “Na época passada, as coisas não correram da melhor maneira ao Benfica, mas isso não nos torna as coisas mais fáceis. Pelo contrário. Os jogadores vão colocar tudo em campo e fazer os possíveis para serem bem-sucedidos frente a este adversário”, assinalou Niko Kovac, o treinador de 46 anos que chegou nesta época a Munique depois de um brilharete em Frankfurt.

Kovac assegura que estudou bem o rival, mas terá um conhecimento ainda mais profundo da forma de jogar de Seferovic, que hoje deve voltar a ser titular. O avançado suíço, orientado pelo croata quando representou o Eintracht, entre 2015 e 2017, assume que o jogo tem um carácter especial e reconhece o poderio do adversário, que compete na fase de grupos da Champions pela 22.ª vez. Ainda assim, espera que o Benfica consiga impor o seu futebol, uma expectativa naturalmente partilhada pelo treinador, Rui Vitória.

“Eu conheço muito, mas mesmo muito este Bayern”, enfatizou, quando confrontado com a avaliação que Niko Kovac diz ter feito dos “encarnados”. “O que poderá fazer a diferença é sermos uma equipa personalizada, com a arrogância de querer ganhar o jogo, sempre com respeito pelo adversário. Temos de estar concentrados, ser inteligentes nos caminhos a dar à bola e saber onde é que temos de a ter. E aproveitar os erros que a equipa contrária poderá cometer.”

A avaliar pela performance dos bávaros nas últimas épocas, não têm sido muitos os erros cometidos na fase de grupos. Nas sete temporadas anteriores, o Bayern alcançou sempre os quartos-de-final como patamar mínimo na prova, sendo necessário recuar a 2002-03 para encontrar um exemplo de fracasso na tentativa de ultrapassar a fase de grupos. Uma tendência que pode agradar ao Benfica é o facto de o gigante alemão sofrer golos fora de casa, na Champions, há 14 jogos.

É verdade que durante um longo período não contou com Manuel Neuer na baliza, mas hoje as atenções virar-se-ão também para Thomas Müller. Pelo perigo que representa para os adversários, mas também porque o atacante alemão (que no 4x3x3 de Niko Kovac muitas vezes parte de terrenos mais recuados) se prepara para cumprir o 100.º encontro na competição, aos 29 anos.

“Da equipa que jogar amanhã [hoje], provavelmente estarão seis, sete jogadores que já jogaram contra nós [em 2016-17]. Isso significa estabilidade e uma grande experiência internacional”, avalia Rui Vitória, que deixou Jonas e Ferreyra fora dos convocados.

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