ASAE deteve 24 pessoas por especulação com bilhetes para os U2

Bilhetes eram vendidos entre os 150 e os mil euros, quatro a cinco vezes acima do preço inicial. Operação da ASAE durou sete meses. Detidos fizeram donativos a IPSS ou trabalho comunitário.

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Os bilhetes para os dois concertos dos U2 em Lisboa esgotaram em duas horas assim que foram colocados à venda há oito meses. LUSA/ABDREU DALMAU

A Autoridade de Segurança Alimentar e Económica (ASAE) andou sete meses a investigar a venda de bilhetes, no mercado paralelo, para os concertos dos U2. Acabou por deter um total de 24 pessoas pelo crime de especulação sobre o valor de venda oficial dos bilhetes, apanhadas em flagrante delito, em vários pontos do país.

A banda irlandesa actua no Altice Arena, em Lisboa, neste domingo e segunda-feira à noite com lotação esgotada. Quando foram colocados à venda os bilhetes para o concerto deste domingo, a 26 de Janeiro (depois de uma pré-venda no site da digressão), esgotaram em menos de uma hora, o que levou a organização a marcar uma segunda data da digressão "EXPERIENCE + iNNOCENCE" em Lisboa. Uma semana depois, quando os bilhetes para o segundo concerto ficaram disponíveis, "evaporaram" com a mesma rapidez. Neste domingo soube-se que a fadista Ana Moura também subirá ao palco, e foram postos à venda mais 56 bilhetes pelo preço único de 200 euros.

Em comunicado, a ASAE conta que os bilhetes eram publicitados em diversos sites de anúncios na internet. Foram apreendidos 64 bilhetes com valores unitários faciais que variam entre os 37 e os 338 euros que eram transaccionados por valores que oscilavam entre os 150 e os mil euros, permitindo aos vendedores a obtenção de percentagens de lucro acima dos 900%, descreve aquela entidade de fiscalização.

Levados a tribunal ao longo destes meses, foram aplicadas suspensões provisórias de processo, que permite aos detidos ficarem em liberdade e suspenderem todo o processo judicial através de acordo de pagamento de donativos a instituições particulares de solidariedade social ou de prestação de trabalho comunitário. O crime de especulação pela venda de bilhetes acima do seu valor oficial é punido com pena de prisão até três anos.

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