Militar da Guardia Civil suspensa por se queixar da falta de coletes anti-bala para mulheres

Maria Pilar Villacorta foi uma de várias militares a questionar porque é que aquela força não dispunha de coletes à prova de bala adaptados à anatomia feminina. Acabou por responder perante a justiça militar.

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CARLA CARVALHO TOMAS / PUBLICO

Uma militar da Guardia Civil espanhola, Maria Pilar Villacorta, encontra-se suspensa de funções sem vencimento durante um mês por se ter queixado de a corporação não dispor de coletes à prova de bala para mulheres.

De acordo com o processo da Guardia Civil, consultado pelo El País, o incidente na origem da suspensão aconteceu durante um exercício de tiro, em Outubro de 2016, na Cantábria. Dias antes, Villacorta já se havia queixado de que o colete masculino lhe ficava demasiado grande. Como ela, outras militares também tinham protestado por não haver disponível um colete adaptado à anatomia feminina.

As militares acabaram por efectuar o exercício sem colete, tal como foi autorizado seu superior, mas no final receberam instruções para a colocar o colete masculino.

Villacorta protestou várias vezes ao longo do exercício, num tom que o instrutor do processo considera ter sido “desrespeitoso”, tendo perguntado ao seu superior “se se sentiria confortável a usar uma tanga”.

No entanto, foi a militar a avançar primeiro com uma queixa contra o coronel da Guardia Civil, acusando-o de atentado contra a dignidade e de discriminação de género. No entanto, esse primeiro processo foi arquivado pelo tribunal militar. 

Acabaria por ser Villacorta a responder perante a justiça militar, com a acusação a pedir uma pena de três meses de suspensão sem vencimento. O novo director da Guardia Civil, Félix Vicente Azón, determinou porém que o castigo seria de apenas um mês.

A militar faz parte da Associação Unificada de Guardas Civis (AUGC, na sigla espanhola), que já fez saber que irá recorrer da sentença junto da ministra espanhola da Defesa, Margarita Robles.

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