Contestação trava concurso do Airbnb para dormir na Grande Muralha da China

Concurso tinha sido autorizado por Pequim, mas as críticas nas redes sociais proliferaram e acabou por ser anulado.

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A Grande Muralha tem 2600 anos e estende-se ao longo de 21 mil quilómetros Reuters/THOMAS PETER

A plataforma electrónica de arrendamento de casas Airbnb suspendeu um concurso que oferecia uma noite numa atalaia da Grande Muralha da China, o símbolo mais expressivo do país. As críticas dos internautas chineses, que temiam danos, travaram a iniciativa. Segundo a imprensa local, a empresa informou que não avançará com o plano original de oferecer a oito pessoas uma noite numa das maiores maravilhas da arquitectura antiga, considerada património da humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).

O concurso, designado Noite na Grande Muralha, foi permitido pelas autoridades chinesas, assegura a Airbnb, mas suscitou críticas entre a opinião pública. "A Grande Muralha é património histórico sob protecção, como é possível que permitam a conversão para alojamento?", quesionou um internauta na rede social Weibo, uma popular plataforma de microblogging apelidada o "Twitter chinês". "Agora, até relíquias antigas podem ser alugadas para ganhar dinheiro", criticava outro.

O alojamento envolvia a conversão de uma atalaia da Grande Muralha, monumento com 2600 anos, em dupla habitação, com cama, decoração e iluminação por velas, mas sem electricidade, ligação à Internet, ar condicionado ou televisão.

Não é proibido pernoitar na Grande Muralha, mas leis que visam a protecção e conservação deste monumento, que se estende ao longo de 21 mil quilómetros, proíbem a construção de instalações que não sejam para a sua conservação.

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