Agricultor alemão processa o Estado e recebe 773 mil euros por relíquia romana

Proprietário agrícola tinha recebido uma pequena compensação por uma cabeça de cavalo em bronze encontrada na sua quinta. Anos depois, através dos jornais, percebeu que estava em causa um achado muito mais valioso.

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Nesta imagem de arquivo, uma estátua do imperador Marco Aurélio. A cabeça do cavalo encontrada pertenceria a uma estátua semelhante Chris Helgren/REUTERS

Quase dez anos depois de ter sido encontrada parte de uma estátua equestre romana numa propriedade de um agricultor alemão, um tribunal germânico sentenciou o Estado ao pagamento de 773 mil euros ao proprietário.

Em 2009, o agricultor tinha recebido apenas 48 mil euros pela peça em bronze, encontrada em muito bom estado de conservação. Só anos mais tarde, ao ler nos jornais, é que o queixoso soube que se tratava de um achado muito valioso, de carácter quase único a nível mundial, entendendo por isso que deveria ter recebido uma soma maior. 

A 27 de Julho deste ano, o tribunal regional de Limburgo do Lano deu razão ao agricultor, determinando que este deveria receber uma soma equivalente a metade do valor estimado da antiguidade (1,6 milhões de euros), acrescida de juros. O Estado alemão ainda não anunciou se irá recorrer da sentença.

A peça em causa, uma cabeça de cavalo em bronze, foi encontrada no fundo de um poço de 11 metros numa quinta nos arredores de Frankfurt, e terá sido preservada precisamente por ter ficado debaixo de água. 

Segundo o site especializado Artnet, a peça data do ano 9 da era cristã e pesa cerca de 25 quilos. Terá sido abandonada quando a zona foi invadida e os seus habitantes tiveram de se colocar em fuga. O mesmo site refere ainda que foram encontradas sandálias em bronze perto do local, indiciando que havia uma figura humana a cavalo — mais tarde, os arqueólogos concluíram que se tratava do imperador romano Augusto, herdeiro de Júlio César.

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